Resenha: Estella Vic – 1922 e o Manifesto Futurista

São Paulo, 1922. A cidade está em ebulição com o início da Semana de Arte Moderna. Porém, uma artista pretende ir além: ela quer explodir o Theatro Municipal na inauguração da Semana de 22. Para ela, a explosão é sua matéria plástica, uma escultura do caos, é o Futuro da Arte nascendo dos escombros do passado. Caberá à jovem Estella Vic, que retorna a São Paulo e começa a trabalhar como repórter, investigar e impedir que essa tragédia ocorra.

Talvez – eu espero – você tenha ouvido falar sobre a semana de Arte Moderna do ano de 1922. Ocorrida entre os dias 11 até 18 de fevereiro no Theatro Municipal de São Paulo, artistas do modernismo brasileiro, como: Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos,Tácito de Almeida, Di Cavalcanti e outros, participaram desse evento que marcou o início do modernismo no Brasil.

A ideia da Semana de Arte Moderna era causar uma ruptura com o passado e criar um novo presente, ou seja, a criação de novos movimentos artísticos e o fim da vanguarda brasileira.

Na HQ, temos Estella Vic, uma repórter que acaba descobrindo que uma artista planejava destruir o Theatro Municipal de São Paulo, pois, para ela, isso expressava sua arte futurista, movimento artístico que muito influenciou os modernistas de 22.

Com o roteiro feito por Marcelo Alvez (autor do mangá “Machado de Assis: caçador de monstros”) e ilustração feita pela Mariana Queiroz, a HQ, toda em presto & branco, é uma grande aventura, ainda mais para quem gosta de arte.

Importante destacar a atuação de Estella Vic, uma jornalista nos anos 1920, época totalmente machista. Por exemplo, em 1920, era veiculada uma revista chamada “Fon-fon” (barulho de buzina) que, ilustrada por artistas como Di Cavalcanti e J. Carlos, trazia matérias diversas sobre moda e também tinha um discurso tradicional, o que remetia ao discurso “lugar de mulher é no lar”. Com o passar dos anos, a revista foi se atualizando e, apesar de já inserir elementos menos machistas, a revista equilibrava com o discurso da mulher dona de casa.

“Estella Vic – 1922 e o Manifesto Futurista” é uma HQ maravilhosa e que eu com certeza recomendo para todos vocês que estão lendo.

Para adquirí-la, basta entrar em contato com a Mariana. Seu instagram é

@maris.q

Espero que Estella Vic esteja em mais aventuras daqui para frente!

Referência:

ZANON, Maria Cecilia. Fon-Fon! – Um registro da vida mundana do Rio de Janeiro na belle époque. Patrimônio e Memória. UNESP-FCLAs-CEDAP,v.1,n.1. 2005.

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