Se achamos que representação nas mais diversas mídias não afeta a maneira como o mundo nos enxerga, Disclosure: Ser Trans em Hollywood nos mostra o contrário.
Com direção de Sam Feder, a produção entrou no ultimo dia 19 na Netflix trazendo uma aula sobre o impacto de Hollywood na vida de pessoas trans. Tudo isso na voz e perspectiva de nomes como MJ Rodrigues, Laverne Cox, Zachary Drucker, Lilly Wachowski e outros.
Estereótipos
Todo o documentário se tornou uma aula sobre cinema e como ela foi responsável por criar estereótipos que marginalizam ainda hoje transgêneros. Se iniciando com D. W Griffth, além de ser responsável pelo problemático O Nascimento de uma Nação, ele foi responsável por outra produção que se tornou uma das pioneiras em mostrar pessoas trans, e todas de forma negativa – não poderia ser diferente vindo dele.
É justamente de estereótipos como o dele que cada produtor, ator, diretor trans entrevistado fala. Desde o século passado as obras retratam pessoas trans da mesma maneira ora garotas de programa, ora pacientes de série médica que morrem da mesma maneira, ora como alivio cômico e afins, e a mais nojenta de todas: motivo de nojo e ânsia.
A cada cena mostrada, inclusive de filmes famosos como O Silencio dos Inocentes, vemos como a indústria cinematográfica foi desonesta com pessoas trans, e muito dificilmente se você não buscar conhecer sobre nunca iria perceber as mesmas ao assistir.
Transgêneros e raça
Yance Ford, Brian Michael Smith, Laverne Cox e outras pessoas trans e não brancas, levantam um ponto forte de como elas se viram representadas nas telas. Sempre ocorria o apagamento de racializados caso o personagem fosse trans, como é o caso do filme Garotos Não Choram. Nessa obra em questão é retratado um caso real de transfobia e homofobia que levou a morte de 3 pessoas: Brandon (homem trans), Lisa (sua namorada) e Phillip (amigo e negro).
No filme eles apagaram totalmente a existência do Phillip. “Apagaram o Phillip como se ter um negro e trans no mesmo espaço fosse algo impossível” foi uma das falas no documentário que mais nos faz pensar.
Tudo o que foi citado não é metade dos assuntos que aborda Disclosure. De abandono na própria comunidade LGBTQ+ à apropriação e capitalização de movimentos e culturas, o filme documental nos instiga e incentiva a aprender mais sobre como podemos ajuda-las. O combate a preconceitos enraizados através de um entretenimento que forma a opinião de grante parte da população sobre mulheres e homens trans, é uma luta de todos.
Portanto nesse dia 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQ+ , tire um tempo pra assistir e aprender com Disclosure: Ser Trans em Hollywood. Não tem como se arrepender!