CRÍTICA: ‘Resident Evil: No Escuro Absoluto’, ação e conteúdo da Netflix para os fãs dos jogos!

O fenômeno Resident Evil está repleto de planos para projetos audiovisuais, e um deles já saiu essa semana! Resident Evil: Na Escuridão Total, é um anime Netflix com apenas quatro episódios que narra uma história concisa. Apenas pela ficha técnica, a série é escrita por Eiichirō Hasumi, com Shogo Moto de co-escritor. 

O texto a seguir contém spoilers, então, o aviso fica desde já! 

É fácil detectar um vilão nessa história: Wilson, mas ele representa o lema máximo dos Estados Unidos, “a segurança máxima de nosso país”. E somos premiados com a presença de Claire Redfield e Leon Kennedy, as duas pontas líderes da saga; mas eles estão separados, com Claire fazendo trabalho humanitário e Leon trabalhando para a Casa Branca. Os eventos acontecem após RE:4, o jogo. Temos um pequeno probleminha aí: fãs não muito ligados na cronologia vão permanecer completamente perdidos no espaço-tempo. Veremos referências ao Resident Evil 4, Resident Evil 2 e Resident Evil 5.

Claire Redfield e Leon Kennedy de volta

Claire está inserida no plot de Penamistão, uma cidade fictícia estilo Racoon City: logo de cara, um ataque acontece no local, para que exista um estabelecimento de culpa nos chineses. Por trás disso, há toda uma trama envolvendo super soldados, curas e zombies que os amantes dos videogames sentiram falta nos últimos jogos da super saga. Em Escuridão Total, a “cura” transforma as pessoas em super soldados, obedientes, que gradualmente transformam sua aparência física.

Há uma clara disputa de poder e dinheiro, numa trama envolvendo armas químicas. Somos presenteados com muitas cenas de ação, porém, o plot do drama político e das pessoas por trás das armas químicas também possui força presente. 

Aliás, aviso amigo: se você possui alguma fobia com ratos, melhor fechar os olhos em uns cinco minutos do segundo episódio. 

De volta para Leon Kennedy, depois de salvar a filha do presidente em Racoon City, o protagonista das sagas virou uma espécie de herói para o povo dos Estados Unidos. Mas Jason, sobrevivente do ocorrido anos atrás, pretende mostrar para o mundo o que é “o verdadeiro terror” e evitar que isso continue acontecendo. 

Enquanto Leon e May, pretendem mostrar a gravação do que aconteceu com o irmão dela anos atrás; a transformação foi evitada pelo sérum que controla super soldados. Durante o último episódio, o presidente é guiado a acreditar que a China foi responsável por um atentado que ocorreu logo no primeiro episódio. Mas a rota do que houve em Penamistão é transformada por uma informação que Leon consegue repassar no último segundo. 

Claire e Leon são responsáveis pela ação, e ela se mostra muito mais voltada ao humanitarismo do que Leon. Além de esperta, bem esperta. Ele fica com o papel de herói, concedido pela saga Resident Evil em si, e faz bem o que lhe é concedido. Existem alguns problemas na adaptação, e uma delas, é justamente um dos seus pontos altos: parece demais com um videogame. As cenas acontecem rápido demais, muitas informações são perdidas ou isoladas em uma cena que tem de ser analisada com cuidado, mas de repente, estamos de volta para a correria.  

Outro problema em “Infinite Darkness” (título original) é o de acabar sendo um tanto cansativo usarem a narrativa Estados Unidos vs China numa outra obra, apesar de tentarem se redimir ao não tornarem o país asiático no inimigo maior no final das contas. Apesar disso, toda fala do presidente mantém o discurso de que irá “iluminar o caminho da liberdade” para todos. É como assistir a fala repetida de algum seriado fora de contexto. 

Em retorno aos pontos positivos, o tema do terror e como ele nasce do medo é permeado durante todos os episódios, e existe a promessa de que nada terminará por aqui. E que em breve “todos saberão a verdade”. 

Quanto aos detalhes técnicos, a animação é impecável em alguns momentos, e meio cortada como uma cena rápida demais em outros. Mas a caracterização é de outro nível. Leon, Claire, todos estão numa riqueza de detalhes que mostra um esforço de equipe e evolução da tecnologia. Ao final, vemos o símbolo da TRICELL, responsável pelo sérum do “controle”. 

Além disso, há uma separação no caminho dos icônicos Claire e Leon. Aliás, ela reforça o tempo inteiro que o cargo de Leon e seu novo terno não combinam com ele. Adivinhem? Ela está certa, e quando a famosa jaqueta entra em ação, alguns fãs vão vibrar, com certeza. 

Pode assistir a minissérie tranquilamente, ainda mais se for um fã antigo da saga, mas não vá esperando muitas explicações ou coerência demais. Afinal de contas, coerência e explicações nunca foram o forte de Resident Evil a partir de certo momento. Mas para momentos como Leon e uma bazooka, a jaqueta clássica e inteligência de Claire, o apelo dos personagens principais e tempos mais simples como “quem é o culpado” e zombies, armas feitas por homens e não magia, pode ser a sua próxima maratona. Infelizmente, curta demais. 

Fica a esperança que venha uma segunda parte, e dessa vez, o roteirista e cenografistas decidam que a história merece um pouco menos de pressa e mais conteúdo tanto para aqueles que seguem amando Resident Evil há mais de uma década, como para os novos fãs da história capaz de prender a audiência em qualquer formato de mídia.

Você também pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *