RESENHA: Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você

O ano era 2018, e, de repente viam-se comentários sobre o romance entre Lara Jean e Peter Kavinski em todos os cantos da internet. Após lançar uma série de filmes que, mais tarde, foram definidos como problemáticos pelo grande público, a Netflix surpreendeu sua audiência jovem com uma história de amor um tanto quanto diferente das demais, na qual dois adolescentes se envolviam devido a uma situação estranha, provocada pelas cartas de amor secretas escritas pela personagem principal. Agora, em 2020, “Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você” chegou para introduzir um conflito dentro da trama, no qual um dos casais mais populares da TV enfrenta problemas de confiança em seu relacionamento.

Assim como em “Para Todos os Garotos que Já Amei”, as cartas escritas pela personagem de Lana Condor seguem sendo a chave para todo o enredo do segundo filme da franquia. Na (provável) tentativa de introduzir mais diversidade aos filmes, os personagens se deparam com a volta de John Ambrose McClaren, que é, ao mesmo tempo, um amigo de infância do grupo e o garoto para o qual Lara Jean havia escrito sua declaração mais sincera. Sabemos que qualquer pessoa se apaixonaria perdidamente por alguém com a mesma aparência da estrela de “When They See Us”, Jordan Fisher, porém isso se torna um grande problema quando você tem um namorado que também é perdidamente apaixonado por você.

Peter Kavinski e Lara Jean
Noah Centineo como Peter Kavinski e Lana Condor como Lara Jean

Essa é uma discussão que já havia sido vista dois anos atrás, quando “Parasita” ainda não era dono de quatro estatuetas do Oscar, porém que ainda vale a pena relembrar: é muito satisfatório ver um filme protagonizado por uma menina de descendência coreana, e é ainda mais satisfatório ver que sua história, que certamente não está voltada para questões raciais ou étnicas, consegue ser um sucesso nos serviços de streaming. Na arte, tratar-se de pautas sociais é fundamental, mas o excesso desse tipo de expressão possui um efeito negativo sobre as minorias que ali são representadas. Afinal, às vezes, se identificar com uma adolescente vivendo um romance clichê ao invés de assistir conteúdos intermináveis sobre o sofrimento de pessoas que se parecem com você não deve ser de todo mal, e é um hábito que deveria se expandir, para que possa atingir cada vez mais grupos sociais diferentes.

O que esperar do futuro?

Após o sucesso de lançamento de ambas as adaptações da saga literária escrita por Jenny Han, sem dúvida poderemos confiar no anúncio de produção de “Agora e para sempre, Lara Jean” muito em breve. Apesar de o final da saga prometer não ser muito diferente do começo, vários jovens já criaram suas expectativas para morrer de amores por, talvez, um dos casais menos problemáticos criados no século XXI. No final das contas, de nada importa a qualidade cinematográfica do filme se a história contada por ele é suficiente para derreter nossos corações – e para instigar aquele velho sentimento de carência também.

Você também pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *