Abrindo o mês de Junho com os dois pés na porta, nessa quarta-feira (1) o Espaço Unimed, na Barra Funda, recebeu uma visita em tanto depois de 4 anos longe do Brasil: a cantora e compositora inglesa Joss Stone embarcou em São Paulo para fazer a única apresentação em frente ao público mais caloroso do mundo.
Antes de começar o show principal, subiu ao palco a cantora brasileira Maria do Céu, conhecida apenas como “Céu” e que acabou sendo chamada de última hora para substituir KT Tunstall, que por questões de saúde, ela precisou cancelar a sua vinda ao Brasil.
Céu acabara divulgando seu LP “Um Gosto de Sol”, cheio de regravações tanto brasileiras como internacionais e sendo a responsável por aquecer o público e preparar para o que estaria por vir através de um show de abertura misturando MPB e samba com um toque de jazz. Para o encerramento, a artista escolheu cantar Deixa Acontecer do Grupo Revelação e foi nada mais assertivo: era só deixar acontecer naturalmente que você estaria lá curtindo o show de Joss Stone.
Eis que estava ela, Joss Stone com um visual deslumbrante à la Elsa (Frozen): vestido longo prateado, descalça e com uma barriguinha da segunda gravidez em frente a um público de 4 mil pessoas – que poderia ser muito maior igual ao enorme talento que ela tem, se sua apresentação não fosse cancelada na edição do Rock In Rio.
(Foto: Manuela Scarpa/BrazilNews)
Joss Stone está em turnê para divulgar seu novo álbum lançado recentemente “Never forget my love”, mas quem dominou a setlist foram os hits que o público pedia a cada música atendida por eles com a inglesa esbanjando carisma, simpatia e paixão no que ela sabe fazer muito bem, deixando à prova “Quem sabe, faz ao vivo”, como diria Fausto Silva.
Com Free Me abrindo o show, Joss Stone trazia a vibe de soul music e r&B para a capital paulistana junto a seus graves potentes e mostrando (como sempre) simpatia e interação constante com o público, já que eles ainda estavam menos “soltinho”.
“Em outros lugares, eu fiquei apreensiva, mas aqui, aqui eu me sinto em casa. Me sinto mais a vontade”, disse Joss Stone depois da recepção do público com a primeira música. A partir daí, foi só a escalação entre música e mais interação com o público brasileiro, não só pela saudade que tinha por fazer um show depois de muito tempo por aqui, mas também em fazer shows no mundo devido à pandemia.
Logo em seguida foi a faixa-título que dá o nome à sua turnê “Never Forget My Love”, uma faixa mais romântica da leva que a britânica vem trazendo atualmente e que acabou, ao mesmo tempo, sendo surpreendida pelo público, já que eles sabiam de cor e solteado a letra da música.
(Foto: Manuela Scarpa/BrazilNews)
Walk With Me, Tell Me What We’re Gonna Do Now, Harry’s Symphony e a música dedicada ao namorado Cody DaLuz, Oh to Be Loved by You, foram as próximas músicas que foram tocadas.
Entre aplausos, conversas, sorrisos singelos arrancados da cantora e uns goles no chá – típico dos britânicos -, ela encontrou uma forma de agradecimento pelo carinho dos fãs brasileiros que esteve com ela durante esses 20 anos de carreira: uma setlist mudada de última hora e com seus maiores sucessos da carreira.
Teardrops por exemplo, foi a primeira música da leva de pedidos atendidos pelo público:
“Eu não lembrava uma palavra dessa música, mas podemos tentar… Vocês podem me ajudar a tentar relembrar? – disse ela, entre um gole de chá e acompanhando os primeiros ritmos através da bateria. Pedido feito e realizado 100%. Joss Stone estava estonteante com aquele mar de gente cantando a plenos pulmões… e não parou por aí.
Quando o show estava já no nível em que o público já cantava em alto e bom som, ela conseguiu alavancar em mais 200% o fôlego da galera e isso não estava nem perto do final do show – não fazia nem 10 músicas cantadas. E para surpresa de muita gente, Karma era a próxima música, que consagrou a relação de que quem estava no Espaço Unimed eram melhores amigos e não a de fãs e cantora. O público foi abaixo.
Voltando ao setlist e descartando algumas canções, Joss escolheu o seu maior sucesso com Super Duper Love. O público já estava super solto, cantando bem alto e curtindo bem a vibe alto astral que Stone transmite.
A cantora acabou fazendo um medley incrível das canções vindas direto dos cantores da soul music Aretha Franklin e James Brown: Midnight Train to Georgia + I Say a Little Prayer e It’s A Man’s Man’s Man’s World (esse cover já foi gravado por ela)
(Foto: Manuela Scarpa/BrazilNews)
Chegando ao seu fim, a escolha de You Had Me e Right To Be Wrong – dois dos seus maiores sucessos da carreira – fizeram com que o encerramento daquele show não “mais um show de Joss Stone na capital”, mas sim “retorno triunfal de Joss Stone no Brasil”. Com Right to Be Wrong, tivemos o momento apoteótico do show, com aplausos de 2 minutos e o momento se torna mais emocionante, quando girassóis começam a serem distribuídos por ela à la tributa Roberto Carlos.
Joss Stone encerra seu show desse modo: com muita leveza, simpatia, gratidão, música boa e paixão recíproca do público brasileiro. Infelizmente, 4 mil pessoas não é nem de perto a quantidade de público que poderia estar presenciando esse retorno especial da cantora.