O jornalista Ibrahim Sued terá a sua trajetória narrada por sua filha no 50º Festival de Cinema de Gramado, que acontece de 12 a 20 de agosto, de volta ao formato presencial. O documentário Ademã – A vida e as notas de Ibrahim Sued, dirigido por Isabel Sued e Paulo Henrique Fontenelle (Cássia Eller e Loki-Arnaldo Batista), e coproduzido pela Globo Filmes, Canal Brasil, Globo News e Beaucastel Filmes, fará sua estreia mundial no evento.
Filho de imigrante libanês, Ibrahim foi um jornalista que inovou e criou seu estilo na imprensa escrita através da sua coluna diária, que durou 45 anos. Ele também foi fotógrafo e radialista, apresentava o telejornal ao vivo no início da TV e, no final do programa, dava seu furo (notícia em primeira mão) – sua marca registrada.
O documentário Ademã – A vida e as notas de Ibrahim Sued é um relato emocionante de Isabel Sued, que, por meio de entrevistas, fotos e filmes do arquivo pessoal, foi em busca da trajetória do pai, figura fundamental da imprensa brasileira, dos anos 50 até sua morte, em 1995. Como ela conta:
“Arrumando o escritório do meu pai, achei um arquivo imenso, cheio de riquezas, com jornais, livros, fotos, vídeos, anotações… e resolvi fazer um livro que reunisse as notas mais interessantes e engraçadas (“Em Sociedade tudo se sabe”, Editora Rocco, 2001). Foi daí que surgiu a ideia de me lançar nesta aventura, inicialmente um curta metragem, mas o projeto cresceu. Cada um tem a sua própria temporalidade, foram cerca de 15 anos para realizar o documentário. Nesse percurso, tive dificuldades, mas não desisti e segui em frente. Descobri segredos de família, encontrei pessoas interessantes ao longo do caminho. E havia aquele motor que acelerou a minha vontade em saber mais sobre o meu pai, sempre através do olhar de pessoas que conviveram com ele. Estou feliz em poder realizar esse meu primeiro filme com um olhar novo sobre meu pai”. O pano de fundo dessa narrativa é a vida glamorosa do Rio de Janeiro, com seus costumes, sua moda, sua política e outros detalhes da época.
É a primeira vez que o Festival de Cinema de Gramado tem uma mostra competitiva só com documentários.