CRÍTICA | Abracadabra 2 é o exemplo de como reviver a nostalgia na era dos reboots

A temporada de Halloween chegou e, enquanto muitos procuram comemorar a data com filmes slashers ou com uma vertente para o sobrenatural, outros escolhem apostar na nostalgia e se aventurar na essência infantil dessa data que vem se popularizando no Brasil. 

Para quem decidir pela segunda opção, uma ótima escolha é o novo Abracadabra 2, disponível no Disney+. O filme é uma continuação direta do de 1993 que, apesar de usar praticamente a mesma narrativa, trouxe elementos da atualidade que dão um brilho especial ao filme, tornando-o único. 

Aqui, conhecemos a infância de Winifred, Mary e Sarah Sanderson, as três bruxas interpretadas por Bette Midler, Kathy Najimy e Sarah Jessica Parker, respectivamente. Sua vida antes dos acontecimentos do primeiro filme, em Salém, conseguem transmitir o momento de caça às bruxas que realmente aconteceu fora do mundo encantado da Disney. Claro que aqui, as coisas funcionam de forma mais leve e bem-humorada, mas como sempre, os filmes do estúdio não são feitos só para as crianças. 

Após uma breve relembrada (e muitas referências) do primeiro filme, o novo Abracadabra segue a história de Becca, Izzy e Cassie, três amigas que costumam realizar um ritual em todo Halloween, no dia do aniversário de Becca. O problema é que, durante esse ritual, elas acabam despertando as irmãs Sanderson, acendendo a vela da chama negra. 

Em uma era onde os reboots tomam conta dos catálogos, é reconfortante assistir à uma continuação que, além de respeitar seu antecessor, também considera o que já foi construído até ali e atualiza a história para funcionar nos dias de hoje. Diante disso, o filme funciona muito bem para quem assistiu ao filme da década de 90 e também funciona com a nova geração de crianças. 

As piadas são colocadas de forma extremamente inteligente, usando o artifício da mudança das tecnologias e em como elas estão em toda parte. As irmãs Sanderson não possuem conhecimento nenhum do mundo em 2022, e a direção soube usar isso a favor do roteiro. Como uma bruxa voaria em uma vassoura hoje em dia, quando a maioria das casas possuem um aspirador robô? Ou como elas reagiriam aos efeitos do Instagram? Esses detalhes sutis prometem arrancar gargalhadas, principalmente da galera que conheceu o primeiro filme no Disney Channel. 

As atuações continuam brilhantes e, como era esperado, Midler, Najimy e Parker continuam dando um show de carisma e continuam com a mesma essência das irmãs Sanderson do primeiro filme. Whitney Peak, que interpreta Becca, é um destaque positivo também. A atriz já tinha recebido elogios por seu trabalho no reboot de Gossip Girl, mas consegue aqui seu trabalho é reconhecido em um projeto que deve ser bem mais aceito pelo público. 

A trilha sonora é outro show a parte. As músicas utilizadas são muito conhecidas e ganharam uma nova roupagem aqui, com a interpretação brilhante feita, principalmente com a versão de The Bitch is Back, originalmente de Elton John.

Seguindo a mesma ideia do grande sucesso de 2022, Top Gun: Maverick, Abracadabra 2 é um afago no coração da chamada geração Z e um convite aos nascidos depois de 2010. Uma ótima pedida de um final de semana em família, com um desfecho que nos ensina a importância da família, da amizade e do trabalho em equipe. 

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