O nome Love, Death + Robots não é algo novo para quem já está acompanhando a Netflix desde 2019, por aí. Fazendo uma volta ao passado, mais precisamente lá em janeiro de 2019, a plataforma anunciou Love, Death + Robots, um projeto ambicioso dos diretores Tim Miller (Deadpool) e David Finsher (Garota Exemplar) para o público adulto. O projeto reunia 18 curtas de animações antológicas – curtas onde as histórias não tinham correlação umas com as outras, eram totalmente únicas em cada episódio passando por temas de ficção científica, fantasia, filosofia, terror, comédia. Com uma equipe diferente de cineastas de todo o mundo para cada episódio, cada um tinha sua própria técnica: do tradicional 2D ao photo-real 3D CG – todos com uma estética de encher os olhos.
Reprodução Netflix
A primeira temporada foi um sucesso estrondoso que até virou série vencedora de diversos prêmios Emmy – mas de sucesso, vem o outro lado: as críticas negativas, que tivemos muitas, principalmente pelo excesso de nudez gratuito, fetichismo e sexismo de personagens femininas. Será que essa segunda temporada vingou pelas críticas e ficou ainda melhor?
A resposta é: mais ou menos. Lançada hoje (14), a segunda temporada nos trouxe 8 episódios com os mesmos temas da primeira temporada, só que dessa vez, tivemos uma adição do tema natalino (!!!). Por trás desses temas, assuntos como racismo, compaixão, misticidade, bullying, dependência e até desilusão foram trabalhados, alguns de forma mais direta, outros, de forma mais discreta. Fazendo uma ponte com temas e assuntos, obviamente não falarei das histórias aqui, mas uma coisa é certa: a magia aqui infelizmente não foi a mesma que a primeira temporada. Mas em qual sentido?
Comparando a primeira temporada com a nova, na primeira tivemos histórias mais complexas do que básicas. Quando digo histórias complexas, seriam aquelas que não esperamos; já as histórias básicas seriam aquelas que nós já sabemos aonde irá terminar. Exemplo: Boa Caçada, episódio 10 da primeira temporada, é um grande exemplo de uma história complexa. Na nova temporada, se eu disser que tivemos no máximo três episódios assim, é muito – um deles é o Neve no Deserto com um potencial gigantesco para uma história bem maior, podendo até virar um filme animado. Uma exceção a parte é o penúltimo episódio: uma história que você acaba tendo até raiva da forma que acabou, justamente por você estar tão inserida na história e que de forma abrupta, ela termina sem mais nem menos de um jeito tosco.
Infelizmente nessa nova temporada tivemos mais episódios básicos do que complexos, deixando um pouco menos de magia do que antes. O fato de que foram poucos episódios dessa vez, também pode ter contribuído com a qualidade dessa temporada, pelo costume com os mais de 10 episódios da primeira temporada. O que mais eu estava com medo, era se eles repetissem a nudez gratuita, fetichismo e por aí vai, mas nessa temporada fiquei mais tranquila, pois isso não se repetiu aqui (#aindabem).
Reprodução/Netflix
Sobre a estética, não tem como ter uma opinião contrária: ela segue enchendo os nossos olhos, fazendo com que nós possamos conhecer novas técnicas e nos espantarmos com que até aonde vai a tecnologia, principalmente com a fidelidade na técnica do fotorrealismo 3D – que até estranhamos se é irreal ou não aquilo que estamos vendo. Dois exemplos claros, são o Neve no Deserto e a Gaiola da Sobrevivência, com a presença do Michael B. Jordan.
No geral, Love, Death + Robots é um conteúdo da Netflix muito bom, que tem um grande potencial em diversas formas, tanto de conhecer novas técnicas de animação, quanto de conhecer a própria equipe que participou e de sabermos também até onde vai o nosso potencial criativo em trazer temas super importantes através das animações de outros estúdios, fora Disney-Pixar e Sony Animation. Infelizmente essa nova temporada não vingou quanto a primeira, mas vale – mesmo assim – a pena assistir de qualquer forma. Lembrando que são curtas para maiores de 18 anos, então fique sob sua responsabilidade.
A terceira temporada já está confirmada para 2022 e estaremos aguardando mais histórias vindas de Love, Death + Robots.