Com o crescimento cada vez maior das vendas de histórias young adult, em abril chega à Netflix mais uma adaptação que promete esquentar os nossos corações. Hearstopper é uma webcomic que começou a ser postada em 2016 e continua até hoje, inclusive publicada em formatos físicos. É escrita e desenhada por Alice Oseman e seu Patreon – uma espécie de assinatura de Catarse – já conta com mais de 3.800 pessoas apoiando. No Brasil, a obra é publicada pela editora Seguinte e já conta com três volumes lançados, apenas um atrás do que existe lá fora.
O primeiro trailer da adaptação foi divulgado na semana passada e já indica muitas pistas do que podemos esperar da adaptação de Heartstopper pela Netflix.
Os young adults
O termo se refere à obras que possuem personagens entre 14 e 18 anos e estão naquela fase da vida de descobrimentos e transformações. Por tratarem de temas que permeiam a adolescência, como sexualidade, bullying, condições mentais, aceitação social, entre outros, são comumente associadas a um público também adolescente ou histórias “água com açúcar”.
A verdade é que, assim como os serem humanos, os young adults possuem uma infinidade de cenários, personagens e histórias que podem fazer com que pessoas de qualquer idade se identifiquem com o material.
Os exemplos de publicações deste “gênero” são extensos. Jogos Vorazes, Crepúculo, Para Todos Os Garotos que Já Amei, As Vantagens de Ser Invisível, Com Amor, Simon… Sim, existe uma coincidência entre esses títulos: todos eles foram adaptados para o audiovisual.
O que faz de Heartstopper especial
É verdade que young adults são escolhas quase certeiras para adaptações, principalmente na Netflix. Então o que faz de Heartstopper especial? O primeiro ponto é sua história e como ela evolui a cada capítulo.
Na obra acompanhamos o nascimento da amizade e posterior desenvolvimento do relacionamento de Charlie e Nick. O primeiro é um menino estudioso e inseguro que passa por episódios de bullying após se assumir gay na escola de garotos que ambos frequentam. Já Nick é um popular jogador de rúgbi que até então se identificava como hétero.
Com essa rápida sinopse já é possível perceber que Heartstopper tem tudo para ser aquela série de romance LGBT+ que a gente precisava – principalmente os 25+ como eu que foram obrigados a crescer assistindo casais héteros em todo e qualquer filme. Mas não para por aí.
Conforme o relacionamento de ambos se desenvolve a HQ começa a trazer temáticas um pouco mais pesadas, como o processo de aceitação de Nick e a saúde mensal de Charlie. Então sim, apesar de ter um início que pode ser categorizado como “água com açúcar para LGBTS” – o que de forma alguma é um demérito – a trama vai se desenvolvendo para a discussão de assuntos mais densos.
Além disso, o próprio casting com atores negros, asiáticos e trans já mostra que existe um cuidado com a representatividade, assim como na obra original. A prévia também deixa claro que existe uma preocupação em honrar o material base e faz a alegria dos fãs com cenas transportadas exatamente do papel para a tela.
Esses fatos com certeza são consequência da presença de Alice Oseman, que além de autora da HQ é também roteirista da série e está bastante envolvida na produção. O diretor Euros Lyn (Shelock, Doctor Who e Demolidor) e a produtora See-Saw, da ótima Top of The Lake, também são nomes de peso da série.
Onde encontrar Heartstopper
A HQ pode ser lida online, em inglês, no Tapas, Tumblr ou Webtoon da autora. Já os três primeiros volumes das versões impressas em português e em duas cores estão disponíveis nas livrarias, comics shops e na Amazon.
Todos os oito episódios da série de Heartstopper têm previsão de estreia para 22 de abril de 2022 na Netflix e cada um terá em torno de 30 minutos. Então já prepara o coração para ficar quentinho porque a maratona promete!