Shazam e o Nosso Sentimento Nostálgico

O seguinte post é baseado no tcc de uma das integrantes do g&f.

Zygmunt Bauman uma vez escreveu que “o Século XX começou com uma utopia futurista e acabou com nostalgia”. O que ele queria dizer? Segundo ele, nós passamos a não nos preocuparmos muito com o futuro, mas sim com a saudades do passado, o sentimento de nostalgia.

A palavra “nostalgia” vem de nostros que significa, em grego, “voltar para casa” e algos, “sofrimento”. O uso da palavra foi primeiramente utilizado como se fosse uma espécie de doença que soldados suíços tinham, pois a fadiga, ansiedade e taquicardia estavam associadas a saudades de suas casas.

Mais para frente chegou-se a conclusão de que, na verdade, nostalgia não era um sentimento espacial, mas sim temporal. Ou seja, você não sentia falta de casa, mas sim do momento em que você estava em sua casa.

Sendo assim, a maioria das vezes, esse sentimento está associado a uma saudades da juventude, um tempo que não volta.

Mas o que isso tem a ver com Shazam?

Muitos estudiosos sobre a cultura nerd/geek levantam a questão de que estes são muitos ligados aos hábitos de suas infâncias e juventudes, o que os fazem grandes nostálgicos. É aí que Shazam entra.

Vivemos em uma sociedade que não se tem mais uma separação entre o que seria ser jovem ou não, já que o “ser jovem” se tornou um estilo de vida, não uma faixa etária e, a partir daí, surge o termo “adultescentes”, ou seja, adultos que, no fundo, são grandes adolescentes, já que cultivam todo amor pelo que gostavam antigamente.

Você não percebeu o tanto de filmes e séries que tiveram reboots e revivals atualmente? A – também chamada assim por teóricos da área – “nerdstalgia” está cada vez mais presente. Por exemplo, vemos o Jovem Nerd (Alexandre Ottoni) que hoje (23/3) completou 40 anos. Sim, ele tem 40 anos, mas ainda é conhecido como Jovem Nerd, ou seja, dá para fazer uma analogia bacana através disso. “Nerdstálgicos” nunca deixam de ser jovens, são eternos “adultescentes”.

Shazam estreou com críticas ultra positivas e, apesar do personagem não ter tido – por algum tempo – a atenção que deveria ter, a Warner sabia dessa onda de nostalgia e também sabia que, quem gosta do universo da cultura geek, se sentiria atingido, feliz e representado por ver um garoto que recebe poderes. De certo modo, um garoto qualquer receber poderes, atinge a todos nós, já que, no fundo, nós somos ele. Nunca deixamos – e provavelmente não deixaremos – nosso lado geek nostálgico.

 

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