Com mais de duas dezenas de atrações – a maior parte delas inédita em palcos brasileiros –, o C6 Fest estreia neste ano no calendário cultural do país oferecendo ao público uma programação diversa e multigeracional. Fruto de uma parceria entre o C6 Bank e a Dueto Produções, o novo festival reunirá nomes consagrados e revelações da música mundial, provenientes de dez países e quatro continentes, em gêneros que vão do jazz ao rock, do soul à música eletrônica, da MPB à world music. Tudo isso em quatro espaços e instalações distribuídos dentro do Parque Ibirapuera, um dos pontos mais emblemáticos da capital paulista, nos dias 19, 20 e 21 de maio. O Rio de Janeiro receberá uma versão compacta do festival entre 18 e 20 de maio, no Vivo Rio.
O elenco traz vencedores de inúmeros prêmios Grammy nos últimos anos, como a banda The War on Drugs, o cantor, compositor e instrumentista norte-americano Jon Batiste, que levou cinco troféus em 2022, e sua conterrânea Samara Joy, eleita a cantora revelação e melhor voz de jazz na cerimônia deste ano. Também são destaques do lineup Arlo Parks, Black Country New Road, Blick Bassy, Caetano Veloso, Christine and the Queens, Dry Cleaning, Kraftwerk, Underworld, Weyes Blood e Xênia França, entre muitos outros, bem como shows temáticos criados especialmente para o evento.
“Procurei a Dueto com a ideia de criar um festival que resgatasse o legado do Free Jazz, evento que sempre fez parte da minha memória afetiva. Conseguimos reunir artistas consagrados e novos nomes da cena mundial no C6 Fest, que também deve entrar para a história dos festivais de música. Vamos oferecer aos nossos clientes vantagens exclusivas para assistir a shows imperdíveis”, disse Alexandra Pain, head de marketing do C6 Bank.
O projeto é resultado da parceria entre o C6 Bank e a Dueto Produções, empresa responsável por trazer pela primeira vez ao Brasil grandes nomes da música, como Nina Simone, Chet Baker e Stevie Wonder, e pela organização do Free Jazz, além de outros projetos de renome nos últimos 40 anos.
“O festival insiste em renascer e isso é maravilhoso, gratificante. Sentíamos falta de algo na linha do que havíamos criado lá atrás, com programações especificas em ambientes também distintos”, explica Monique Gardenberg, diretora e fundadora da Dueto. “O festival sempre possuiu na sua concepção original, em 1985, a ideia de unir um ou dois nomes consagrados a talentos novos, inéditos, que despontavam no panorama da música mundial. É quase um festival de formação musical, para nós e para o público. Tudo tem a ver também com a sensibilidade de quem patrocina e topa esse formato, como o C6 Bank”, continua.
O elenco foi escolhido minuciosamente por alguns dos mais antenados especialistas e pesquisadores do país, atentos ao que há de mais instigante na cena da música contemporânea. A Dueto manteve a espinha dorsal do time de curadores dos festivais predecessores, com Hermano Vianna, José Nogueira, Pedro Albuquerque e Ronaldo Lemos, além de promover a estreia de Felipe Hirsch no grupo. Zuza Homem de Mello, que esteve à frente da curadoria desde a primeira edição do Free Jazz, terá um show em homenagem à sua memória no C6 Fest.
“A qualidade musical inquestionável sempre foi o critério norteador. Somos todos apaixonados por música e entramos em êxtase quando algo nos capta a atenção. E é esse êxtase que sempre procuramos dividir com o público”, resume Monique.
AS ATRAÇÕES
O amplo e heterogêneo recorte curatorial divide-se em categorias distintas. A expressão negra do soul, funk e R&B de diversos cantos do mundo é um dos destaques da grade. O multipremiado cantor e compositor Jon Batiste, vencedor de cinco prêmios Grammy em 2022, incluindo o de melhor álbum, além do Oscar e Globo de Ouro de melhor trilha sonora original, pelo longa-metragem Soul, estreia em solo brasileiro com a sonoridade herdada da tradição cultural de Nova Orleans. Com 22 anos de idade, a cantora e poeta inglesa Arlo Parks desembarca no país logo antes da turnê de seu ainda inédito álbum My Soft Machine, o segundo de sua carreira, com lançamento previsto para o dia 26 de maio.
Expoentes da música africana, o camaronês Blick Bassy traz a sonoridade moldada pela fusão da cultura bassa com referências de soul e blues, e o nigerense Mdou Moctar, conhecido como o “Hendrix do Saara”, apresenta o gênero batizado de “blues do deserto”, que promove a interseção entre a cultura tuaregue e o pop contemporâneo.
“O processo de construção do lineup envolve uma negociação e debate intenso e exaustivo entre os curadores, mas é isso que desde sempre garante que os festivais organizados pela Dueto, como o C6 Fest, sejam capazes de marcar o presente e ditar o futuro. Quando olhamos para a programação de outros festivais no presente, os headliners se parecem com os que trouxemos para o Brasil entre 2005 e 2008. E não são poucos: The Strokes, The Killers, Arctic Monkeys, Kanye West, MIA, De La Soul, PJ Harvey, Primal Scream, Yeah Yeah Yeahs, DJ Shadow, Dizzee Rascal, Elvis Costello, Patti Smith, The Mars Volta, Kings of Leon. Queremos que o novo festival seja assim também”, explica Ronaldo Lemos.
O novo indie é representado no C6 Fest pelas incensadas bandas britânicas Black Country, New Road e Dry Cleaning, ambas adeptas do canto falado; pela musa da cena contemporânea, Weyes Blood, com sua música experimental e psicodélica; e pelo rock norte-americano do já renomado The War on Drugs. Comandado pelo cantor transsexual Chris, o grupo francês Christine and the Queens apresenta no festival o som que faz a ponte entre o indie e o pop.
“Somos pessoas bem curiosas e ecléticas, gostamos de misturas surpreendentes. É um trabalho também um tanto mediúnico: não fazemos o festival para nos agradar, tentamos adivinhar o que o que o público quer ver e muitas vezes nem sabe que quer ver. É criação coletiva o tempo todo”, conta Hermano Vianna. “O mundo mudou muito do Free Jazz para cá. Antes a circulação das informações era mais centralizada pelas gravadoras, que influenciavam todo o panorama musical global. Hoje está tudo bem fragmentado, com muitas bolhas diferentes com sucessos e novidades distintas. Adoramos furar bolhas e colocar mundos diversos em contatos imediatos. Não há mais fronteiras claras entre o que antes se chamava de mainstream e de underground”, continua.
A programação traz três pioneiros da música eletrônica. Formada em 1970, a banda alemã Kraftwerk, nome mais influente do gênero, faz a estreia mundial de sua nova turnê no C6 Fest; os galeses do Underworld, revolucionários da cena britânica no final dos anos 1980, tocam suas composições atmosféricas e progressivas; e o Model 500, capitaneado pelo norte-americano Juan Atkins, mostra no festival o som que deu origem ao “techno”, termo criado por ele.
Na mesma linha dos festivais anteriores produzidos pela Dueto, o jazz e suas diversas vertentes ocupam uma fatia considerável do lineup. O programa é encabeçado pela jovem cantora nova-iorquina Samara Joy. Com 23 anos e já considerada uma das grandes vozes do gênero, conquistou dois prêmios na última edição do Grammy, nas categorias revelação e álbum de jazz vocal.
“Desde os primórdios do Free Jazz, quando apostamos em nomes como Bobby McFerrin, que era um desconhecido à época, tentamos antecipar atrações que estejam para acontecer, como é o caso agora da Samara Joy. A diversidade no elenco é fundamental e a pesquisa dos curadores reflete a busca eterna de cada um”, diz Zé Nogueira. “Estamos sempre acompanhando os trabalhos e talentos mais recentes. Hoje temos uma grande leva de artistas novos que despontam ao redor no mundo inteiro já com notável maturidade”, complementa Pedro Albuquerque.
O trio inglês The Comet is Coming, liderado pelo saxofonista Shabaka Hutchings, leva ao palco sua fusão de jazz, funk e eletrônica, enquanto a sua conterrânea Nubya Garcia, também no sax, apresenta a sua versão do estilo que mistura influências de Sonny Rollins e John Coltrane com o dub e ritmos latino-americanos.
Sensação da internet, o jovem duo Domi & JD Beck, tecladista francesa e baterista americano, respectivamente, ratifica no festival por que são hoje considerados dois prodígios do jazz rock progressivo. Evidência de que a música atravessa qualquer fronteira, o pianista armênio Tigran Hamasyan promove com o seu trio um diálogo entre a tradição e folclore do leste europeu com sonoridades contemporâneas, do jazz ao heavy metal. Improvisador nato e conhecido pela coragem de misturar estilos, tempos, tonalidades e texturas que transitam entre o jazz, a música clássica e o pop, o guitarrista californiano Julian Lage completa a programação dedicada ao gênero.
Os shows temáticos, uma das marcas da primeira edição do C6 Fest, foram criados pela curadoria exclusivamente para a homenagear a música brasileira no festival. No tributo a Zuza Homem de Mello, a Orquestra Ouro Negro convidará ao palco Fabiana Cozza, Gabriel Grossi e Mônica Salmaso para um repertório de canções de Moacir Santos, um dos compositores mais admirados pelo musicólogo, reconhecido ao longo da vida como um dos mais relevantes jornalistas do gênero no país.
O ano de 1973 foi histórico para a produção fonográfica brasileira, vide os álbuns Araçá Azul, de Caetano Veloso, Todos os Olhos, de Tom Zé, Nervos de Aço, de Paulinho da Viola, e Pérola Negra, de Luiz Melodia, Krig Ha Bandolo, de Raul Seixas, e o álbum de estreia do Secos & Molhados, entre outros. Para celebrar o cinquentenário dos lançamentos, o festival montou um projeto liderado por Kiko Dinucci e Juçara Marçal, que convidam ao palco Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Linn da Quebrada, Jadsa e Giovani Cidreira para interpretarem um roteiro que amarra conceitualmente todos esses trabalhos.
Compositor e vocalista da banda O Terno, o multi-instrumentista Tim Bernardes homenageia a trajetória de Gal Costa com um show dedicado inteiramente ao seu repertório. O paulistano participou do último disco lançado por ela (Nenhuma Dor), na faixa Baby, e também de sua última apresentação, em setembro de 2022, dois meses antes da morte da cantora.
“Como as atrações brasileiras circulam mais pelo país, foi muito importante pensarmos em shows inéditos que contemplassem a nossa música. A música brasileira tem a mesma importância e tamanho do que é produzido lá fora e é a maior tradução do que o Brasil é hoje para o mundo. Portanto, tem um lugar de muita relevância dentro do festival, a ponto de fazermos uma programação inteira dedicada a ela”, explica Felipe Hirsch.
Na vanguarda da música brasileira, a cantora e compositora baiana Xênia França faz um tributo aos sons da diáspora negra, numa fusão de soul, jazz, samba e R&B, e o grupo Terno Rei apresenta no Rio de Janeiro a turnê de seu disco mais recente, Gêmeos, de 2022, que teve ótima repercussão da crítica especializada.
O cantor Russo Passapusso (Baiana System) e a Big Band Nômade Orquestra, projeto criado no ABC paulista há mais de dez anos, convidam o cantor BNegão (Planet Hemp e Seletores de Frequência) e a cantora Kaê Guajajara para um repertório que mistura jazz, funk e rock, a marca registrada do som do grupo.
A programação nacional se consolida na voz de um dos mais importantes cantores e compositores da história da MPB. Aos 80 anos e com quase 60 de carreira, o sempre relevante Caetano Veloso leva ao festival o show de Meu Coco, seu último álbum, o 30º de estúdio de sua trajetória.
O C6 Fest resgata também o espaço comum a todos os palcos, o histórico Village, e celebra uma parceria inédita com o Grupo Tokyo, que assina uma curadoria de Djs para o festival: Disco Tehran, Gop Tun Djs, Pista Quente, Festa Luna, Feminine Hi-Fi, Selvagem, Deekapz e Cremosa Vinil.
A PROGRAMAÇÃO
A programação paulistana do C6 Fest ocupará as plateias interna e externa do Auditório Ibirapuera; uma grande tenda instalada no parque; e o prédio modernista Pacubra – Pavilhão das Culturas Brasileiras, que abrigará a seleção de DJs e parte da área de convivência do público.
Clientes do C6 Bank terão acesso exclusivo à pré-venda (2 a 4 de março) e 20% de desconto no valor dos ingressos mediante compra com o cartão de crédito do banco. A venda para o público em geral se iniciará no dia 5 de março. As entradas para os espaços serão vendidas separadamente e também no formato de pacotes, com diferentes configurações (confira os preços e a grade de atrações no fim do texto).
OS ESPAÇOS
TENDA HEINEKEN
Com capacidade para 5 mil pessoas, a tenda sediará de sexta a domingo 11 shows de atrações que representam os mais variados gêneros musicais, nove dos quais pela primeira vez no país.
AUDITÓRIO IBIRAPUERA
Com capacidade para 800 pessoas e programação somente na sexta e no domingo, a plateia interna do Auditório Ibirapuera será o palco de sete espetáculos. O teatro concebido nos anos 1950 por Oscar Niemeyer, mas somente erguido em 2005, receberá apresentações com caráter mais intimista, encabeçadas por alguns dos nomes mais representativos do jazz contemporâneo.
PLATÉIA EXTERNA DO AUDITÓRIO IBIRAPUERA
O palco reversível localizado no fundo do Auditório Ibirapuera e de frente para um enorme gramado do parque comporta até 15 mil pessoas. O espaço com maior capacidade de público do festival receberá no sábado atrações renomadas da música eletrônica e no domingo dois shows temáticos com grandes nomes da música brasileira, além do espetáculo mais recente de Caetano Veloso.
PACUBRA – Pavilhão das Culturas Brasileiras
Com capacidade para 2 mil pessoas, o Pacubra é o prédio modernista assinado por Oscar Niemeyer e vizinho ao edifício mais famoso projetado pelo arquiteto no parque, o da Bienal. Enquanto o subsolo hospedará um lineup de badalados DJs de todo o mundo, o térreo – intitulado Village – será o ponto de encontro do público, com praça de alimentação, experiências e ativações.
LINEUP – RESUMO
1973 – Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Linn da Quebrada, Jadsa e Giovani Cidreira.
1973 foi um ano extremamente criativo para a história da música brasileira. Caetano Veloso, com o lançamento de Araçá Azul, Walter Franco com Ou Não, e Tom Zé, com Todos os Olhos, são alguns exemplos. Houve ainda Amazonas, de Naná Vasconcelos, Nervos de Aço, de Paulinho da Viola, Pérola Negra, de Luiz Melodia, e Novos Baianos Futebol Clube, terceiro do grupo originado em Salvador. As experimentações também marcavam presença no lado mais pop, como comprovam Krig Ha Bandolo, de Raul Seixas, e o álbum de estreia do Secos e Molhados. Foi ainda em 1973 que Jards Macalé lançou Banquete dos Mendigos. Passados 50 anos, o C6 Fest promove uma conexão de gerações com um show especialmente criado para a ocasião, sob a batuta de Kiko Dinucci e Juçara Marçal, que convidam ao palco Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Linn da Quebrada, Jadsa e Giovani Cidreira.
Arlo Parks – Inglaterra*
A jovem britânica Arlo Parks, nome artístico de Anaïs Oluwatoyin Estelle Marinho, usa a poesia como a bússola para as suas composições que misturam indie, pop, folk e R&B. O estilo da cantora de 22 anos foi moldado tanto pela prática do canto em corais nos seus anos formativos quanto por um valioso presente de seu tio – uma coleção de discos que incluía clássicos de Sade, Earth Wind & Fire e Bob Dylan. Como a maioria das crianças de sua idade, ela cresceu garimpando músicas no YouTube e descobrindo artistas como Portishead, Odd Future, Elliott Smith, Joni Mitchell e King Krule. Hoje, com dois LPs e um EP na bagagem, a londrina recebeu o Mercury Prize, em 2021, pelo seu primeiro álbum, Collapsed in Sunbeams, e se prepara para lançar My Soft Machine, o seu segundo trabalho, poucos dias após a sua apresentação no C6 Fest.
* pela primeira vez no Brasil
Black Country, New Road – Inglaterra**
Formada em 2018, o Black Country, New Road é peça central na nova cena de bandas de rock britânicas de canto falado. Embora transitem pela cena indie, os virtuosos artistas carregam ecos do minimalismo de Steve Reich ou do free jazz de Ornette Coleman. O grupo lançou dois álbuns aclamados pela crítica especializada, For the First Time (2021) e Ants up There (2022). O último foi indicado ao Mercury Prize, chegou ao terceiro lugar das paradas britânicas e figurou na lista de melhores do ano em inúmeras publicações musicais. No início de 2022, o cofundador e vocalista Isaac Wood deixou a banda, e os remanescentes anunciaram que permaneceriam na estrada, em formato de sexteto, com uma turnê apenas de canções inéditas.
** pela primeira vez no Brasil e integra também a programação do C6 Fest no Rio (20 de maio)
Blick Bassy – Camarões*
Blick Bassy começou a cantar aos cinco anos de idade, na aldeia camaronesa Mintaba, e cresceu ouvindo artistas como Marvin Gaye, Gilberto Gil e Skip James antes de formar a sua primeira banda, aos 17 anos. Profundamente enraizado no continente africano e entusiasta dos sons indie pop e afro-soul, o cantor e compositor camaronês lança no primeiro semestre de 2023 o álbum InFiné, o quarto de sua trajetória solo. A música de Bassy – na qual utiliza sobretudo o Bassa, a sua língua materna – destaca-se tanto pela diversidade sonora quanto pela densidade.
* pela primeira vez no Brasil
Caetano Veloso
Caetano Veloso é um patrimônio histórico da música brasileira. Com 30 álbuns de estúdio e inúmeros prêmios internacionais (Dois Grammy, 13 Grammy Latino, entre outros) ao longo de quase 60 anos de carreira, o prolífico cantor e compositor permanece entre os mais inovadores e relevantes nomes da atualidade. Um dos fundadores do movimento tropicalista e dono de uma voz inconfundível, o baiano de 80 anos apresenta no C6 Fest o show baseado em seu último trabalho, o álbum Meu Coco, de 2021.
Christine and the Queens – França*
Fundador do grupo Christine and the Queens, o cantor e compositor transsexual “Chris” ou “Redcar”, heterônimos de Héloïse Adélaïde Letissier, é um dos mais populares nomes da música francesa. O artista iniciou seus estudos no piano aos quatro anos de idade e teve formação nas escolas de teatro, em Nantes, sua cidade natal, antes de se tornar um residente da boate drag Madame Jojo, em Londres, o que marcou definitivamente suas criações. Com repertório de canções em sua língua nativa e também em inglês, Christine and the Queens lançou quatro EPs e três LPs no decorrer da carreira de 12 anos. O álbum de estreia, Chaleur Humaine (2014), atingiu o segundo lugar nas paradas britânicas e francesas, e o trabalho seguinte, Chris (2018), foi considerado o disco do ano pelos jornais pelo The Guardian e The Independent. Seu disco mais recente, Redcar les Adorables Étoiles, lançado no fim de 2022 e cujo show apresenta no Brasil, foi bem recebido pela crítica.
* pela primeira vez no Brasil
Domi & JD Beck – França e Estados Unidos**
A tecladista francesa Domi Louna, de 22 anos, e o baterista americano JD Beck, de 18, se conheceram em uma feira de música, em 2018, e após um mês começaram a tocar e compor juntos. Ao postarem vídeos de suas apresentações na internet, em pouco tempo o duo passou ser requisitado por grandes nomes da música. Depois de integrarem as bandas do músico Thundercat e de Anderson. Paak, com quem vieram a compor a faixa Skate, do Silk Sonik – projeto do cantor com Bruno Mars –, os jovens prodígios gravaram o álbum de estreia Not Tight (2022), que atingiu o topo da parada Billboard na categoria Jazz Contemporâneo. Lançado pelo lendário selo Blue Note, em parceria com a Apeshit Inc., de Anderson .Paak, o projeto faz a ponte entre o jazz-rock mais progressivo e a Geração Z, com participações de Herbie Hancock, Snoop Dogg e Busta Rhymes, além de outros nomes.
** pela primeira vez no Brasil e integra também a programação do C6 Fest no Rio (19 de maio)
Dry Cleaning – Inglaterra*
O Dry Cleaning é a prova da perenidade do pós-punk. Assim que terminou o aclamado álbum de estreia New Long Leg (2021) – quarto lugar na parada geral do Reino Unido –, o grupo inglês formado começou imediatamente a pensar no projeto seguinte. Já em concepção antes mesmo do lançamento do primeiro, o quarteto propôs ao produtor John Parish que passassem o dobro do tempo no trabalho sucessor, Stumpwork (2022), no qual a vocalista Florence Shaw demonstrou maior espontaneidade no estúdio, improvisando muitas de suas letras na gravação. Ao conjugar muralhas sonoras com o trabalho de poesia falada, a banda – cujo estilo é frequentemente comparado a grupos como Joy Division e Siouxsie and the Banshees – continua atraindo não apenas a atenção da crítica, mas de uma legião de fãs famosos, a exemplo da cantora Grace Jones, a artista performática Marina Abramović e o grupo Paramore.
* pela primeira vez no Brasil
Jon Batiste – Estados Unidos**
Antes mesmo de se formar na mundialmente prestigiada universidade Juilliard School, em Nova York, o pianista e cantor Jon Batiste já havia gravado seu primeiro álbum solo, aos 17 anos. Hoje, aos 36, o multipremiado músico já tem na bagagem outros cinco trabalhos de estúdio e nove EPs, além de colaborações com artistas do porte de Stevie Wonder, Prince, Lenny Kravitz, Ed Sheeran e Mavis Staples, bem como sete anos (2015 a 2022) à frente da banda do The Late Show, de Stephen Colbert, na CBS. Os primeiros prêmios vieram em 2020, com a música do longa-metragem de animação Soul, projeto compartilhado com os compositores Trent Reznor e Atticus Ross e agraciado com o Oscar, Globo de Ouro, um BAFTA, NAACP Image Award e Critic’s Choice Award de melhor trilha sonora original. Herdeiro da rica tradição cultural de Nova Orleans, o norte-americano é o segundo compositor negro da história – após Herbie Hancock – a ganhar uma estatueta do Oscar de composição. O último álbum de estúdio de Batiste, We Are (2021), foi indicado a onze prêmios Grammy, dos quais ganhou cinco, incluindo Álbum do Ano. Defensor dos direitos humanos e da luta contra o racismo, o músico participou publicamente de inúmeras manifestações, incluindo as marchas promovidas pelo movimento Black Lives Matter, e integrou a lista das 100 pessoas mais influentes de 2022 da revista Time.
** pela primeira vez no Brasil e integra também a programação do C6 Fest no Rio (19 de maio)
Julian Lage – Estados Unidos*
O The New York Times definiu Julian Lage como um músico “dono de uma facilidade técnica imperturbável e uma curiosidade aparentemente sem limites”. Improvisador nato, o californiano está entre os mais criativos guitarristas de sua geração, conhecido pela coragem de misturar estilos, tempos, tonalidades e texturas que transitam entre o jazz, a música clássica e o pop. Julian investiga há mais de uma década as múltiplas camadas da história musical americana, imprimindo técnica impecável e um espírito de infinitas possibilidades criativas. Com 15 álbuns de carreira, além de inúmeras participações em projetos de outros artistas, o músico lançou em 2022 o disco View With A Room, com dez composições originais que marcam seu segundo trabalho com o selo Blue Note Records.
* pela primeira vez no Brasil
Kraftwerk – Alemanha***
A música do Kraftwerk foi elemento decisivo para a invenção de uma ampla gama de gêneros – do eletro ao hip-hop, do techno ao synthpop, e até o funk brasileiro – e influenciou a trajetória de diversos nomes da música mundial, como David Bowie, New Order ou Pet Shop Boys. Pioneiro da música eletrônica, o grupo alemão foi formado em 1970 por Ralf Hütter e Florian Schneider, este último morto em 2020. No Kling Klang Studio, espaço montado por eles em Düsseldorf, conceberam e produziram todos os seus álbuns, que apresentam técnicas inovadoras de composição, vozes sintéticas e ritmos computadorizados. Em meados da década de 1970, o quarteto alcançou reconhecimento internacional através de seu revolucionário conceito sonoro e da experimentação musical com robótica. Com sua visão de futuro, o Kraftwerk criou a trilha sonora para a era digital do século XXI, feito merecidamente recompensado com a conquista do Grammy Lifetime Achievement Award, em 2014. O grupo faz a estreia mundial de sua nova turnê no C6 Fest.
*** integra também a programação do C6 Fest no Rio (18 de maio)
Mdou Moctar – Niger*
Descrito pelo jornal inglês The Guardian como o “Hendrix do Saara”, Mdou Moctar, nome artístico de Mahamadou Souleymane, apresenta no C6 Fest o gênero batizado de “blues do deserto”. Nascido em uma aldeia inóspita na zona rural de Niger, o guitarrista se notabiliza por promover a interseção entre a cultura tuaregue e o pop contemporâneo. No álbum Afrique Victime (2021) – o quinto de sua carreira –, funde a destreza pirotécnica do som de Eddie Van Halen, uma de suas maiores influências, com gravações de campo, ritmos de bateria, meditações poéticas sobre amor, religião, direitos das mulheres, desigualdade e a exploração da África. O álbum ganhou, em 2022, uma versão “remix” com releituras criadas exclusivamente por artistas africanos.
* pela primeira vez no Brasil
Model 500 live by Juan Atkins – Estados Unidos*
Foi Juan Atkins quem batizou de “techno” o som eletrônico que começou a desenvolver em Detroit, em 1985, quando adotou o nome artístico de Model 500 e lançou o álbum “No UFO’s”, considerada a primeira produção do movimento da “dance music”. Desde então, Atkins construiu uma das obras mais influentes do gênero que atingiu fortemente a Europa e posteriormente se tornou um fenômeno cultural de massa. Conhecido pela habilidade de fazer as máquinas “falarem”, seu estilo de produção inspirou uma legião de artistas, do rock vanguardista do Radiohead ao R&B futurista de Timbaland e The Neptunes.
* pela primeira vez no Brasil
Nubya Garcia – Inglaterra
A londrina Nubya Garcia é um grande exemplo da cada vez mais forte presença feminina no jazz. Nome obrigatório nos maiores festivais do gênero no mundo, a saxofonista traz influências sonoras de Sonny Rollins e John Coltrane ao reggae do Steel Pulse, resultando em um estilo que funde a escola tradicional do jazz com o dub e ritmos latino-americanos. Em 2021, lançou o álbum de estreia Source, eleito pelo prestigioso site de música Pitchfork a “melhor música contemporânea do ano” e listado pela revista Rolling Stone como o álbum do mês. Segundo o jornal The New York Times, o trabalho condensa “uma vida inteira de experiências em uma audição de uma hora”.
Russo Passapusso & Nômade Orquestra com BNegão e Kaê Guajajara
A Nômade Orquestra se define como “um ponto onde diferentes expressões e vertentes musicais se encontram”, com um trabalho autoral instrumental que apresenta referências do funk70, jazz, dub, rock, afrobeat, ethiogrooves e outras expressões musicais. Formada em 2012, a identidade da big band do ABC paulista pode ser atribuída à miscigenação cultural da região industrial onde o grupo se originou. Com quatro álbuns lançados, o último intitulado Na Terra das Primaveras (2022), uma compilação de algumas de suas músicas em versão reggae, a banda se prepara para lançar neste ano Terceiro Mundo, dando continuidade à sua pesquisa musical. O projeto Vox Populi, de 2019, marcou uma série de encontros com prestigiadas vozes da música contemporânea, como Juçara Marçal (Metá Metá), Siba (Mestre Ambrósio), Edgar e Russo Passapusso (Baiana System). Este último comanda o show com a orquestra no C6 Fest, que terá a participação ainda da cantora Kaê Guajajara e do cantor BNegão.
Samara Joy – Estados Unidos**
Com 23 anos e dois discos lançados na carreira, Samara Joy tem se firmado como uma das grandes vozes no jazz dos últimos tempos. Com técnica vocal precisa e refinada, a jovem cantora venceu dois prêmios na última edição do Grammy, nas categorias artista revelação e melhor álbum vocal de jazz, e sua voz poderosa e aveludada já conquistou fãs do porte de Anita Baker e Regina King. A novaiorquina tem hoje milhões de curtidas no TikTok, o que consolida o seu status como possivelmente a primeira estrela cantora de jazz da Geração Z, embora a música do passado – a da infância de seus pais – tenha sido a que mais escutava. A cantora valoriza sua linhagem musical, remontada a seus avós, Elder Goldwire e Ruth McLendon, que se apresentaram com o grupo gospel Savettes, e passa por seu pai, um cantor, compositor e produtor que excursionou com o artista gospel Andraé Crouch. No show de Linger Awhile (2022), seu primeiro álbum, Samara mostrará ao público, com seu som atemporal e irresistível, uma série de standards muito mais antigos do que ela mesma.
** pela primeira vez no Brasil e integra também a programação do C6 Fest no Rio (19 de maio)
Terno Rei****
Formada em São Paulo, a banda Terno Rei ganhou os holofotes com o álbum Violeta, lançado em 2019. O mais recente, Gêmeos, de 2022, teve ótima repercussão da crítica especializada, figurando em praticamente todas as listas de melhores do ano. Seus shows são marcados pela participação intensa do público, que canta suas músicas em uníssono.
**** integra a programação do C6 Fest somente no Rio de Janeiro (20 de maio)
The Comet is Coming – Inglaterra*
Ao incorporar elementos de jazz, música eletrônica, funk e rock psicodélico, a música do The Comet is Coming é a mais explosiva tradução sonora do afrofuturismo. O trio de Londres usa os pseudônimos “King Shabaka“, “Danalogue” e “Betamax” para se referir, respectivamente, ao líder e saxofonista Shabaka Hutchings, ao tecladista Dan Leavers e ao baterista Max Hallett. Em uma entrevista de 2013, Hutchings explicou a origem do nome da banda: “O nome do grupo vem de uma peça do BBC Radiophonic Workshop com o mesmo nome. Uma vez ouvimos essa peça, com suas alusões a ficção científica, lembranças cósmicas e espaço sideral, e instantaneamente chamou a nossa atenção. Estamos explorando novos mundos sonoros e com o objetivo de destruir todos os ideais musicais que são inadequados aos nossos propósitos, então o nome pegou”. O grupo traz ao Brasil o show de seu terceiro álbum, Hyper-Dimensional Expansion Beam (2022).
* pela primeira vez no Brasil
The War on Drugs – Estados Unidos**
The War on Drugs emergiu como uma das grandes bandas de rock deste século, removendo as lacunas entre o underground e o mainstream, com discos que lutam sobre um passado fragmentado em busca do presente unificado e agregador. Liderado por Adam Granduciel, o grupo foi chamado pela revista The New Yorker de “a melhor banda americana da década”, pelo álbum A Deeper Understanding, que levou o Grammy de melhor disco de rock de 2018, além de ser indicado ao BRIT Award por melhor grupo internacional do ano. Em em 2020 lançaram o álbum Live Drugs com faixas ao vivo de canções da carreira da banda, incluindo o sucesso Lost In the Dream, de 2014. Coproduzido por Granduciel e Shawn Everett, I Don’t Live Here Anymore, quinto álbum do The War on Drugs, “substitui algumas de suas arestas mais nebulosas por melodias nítidas, se aperfeiçoando e ampliando as fronteiras em direção a um som meticuloso, mas também simples e mais alegre”, de acordo com o site Pitchfork. Lançado no Madison Square Garden, em Nova York, o disco figurou em várias listas dos melhores de 2021, recebendo novas indicações ao Grammy de melhor álbum de rock e ao BRIT Award.
** pela primeira vez no Brasil e integra também a programação do C6 Fest no Rio (20 de maio)
Tigran Hamasyan Trio – Armênia
Nascido na Armênia, o compositor e pianista Tigran Hamasyan prova que a música atravessa qualquer fronteira. Através dele, a tradição e folclore do leste europeu dialogam intensamente com sonoridades contemporâneas, do jazz ao heavy metal, em apresentações em que a técnica impecável encontra o transe místico. Com 33 anos e 11 discos lançados, Hamasyan propõe com o seu trio uma viagem sonora e musical que rompe as fronteiras do jazz, onde polirritmias, compassos estranhos e ritmos irrequietos se alternam com momentos mais tranquilos, poéticos e etéreos.
Tim Bernardes canta Gal Costa
Cantor e multi-instrumentista, o prodígio Tim Bernardes nasceu e cresceu no meio musical. Compositor e vocalista da banda O Terno, o paulistano teve canções gravadas por artistas como Tom Zé, Baco Exu do Blues, Maria Bethânia e Gal Gosta. Tim se consolidou como um dos principais compositores do país ao lançar o seu primeiro disco solo, Recomeçar (2017) – indicado ao Grammy Latino. O artista transita com frequência e naturalidade pelo indie e a MPB e, além de ter arrancado elogios de Caetano Veloso, chamou atenção fora do Brasil, sendo mencionado e compartilhado por nomes como Devendra Banhart e pelo grupo BadBadNotGood. A relação se deu de forma mais próxima com a banda americana Fleet Foxes, com quem gravou uma música e fará a abertura de 17 shows do grupo em uma turnê pela Costa Oeste do Estados Unidos. Tim Bernardes se prepara para lançar o segundo álbum de sua trajetória solo, Mil Coisas Invisíveis. No C6 Fest, o cantor mostrará sua força criativa em homenagem dedicada exclusivamente ao repertório de Gal Costa – com quem registrou uma releitura do clássico Baby no último álbum da cantora, Nenhuma Dor, e igualmente participou, em setembro de 2022, da última apresentação feita por ela antes de morrer.
Tributo ao Zuza – Orquestra Ouro Negro com Mônica Salmaso, Fabiana Cozza e Gabriel Grossi.
Zuza Homem de Mello foi a primeira pessoa a quem a Dueto pediu ajuda em 1984, quando as irmãs Sylvia e Monique Gardenberg, com 22 e 23 anos, então, tiveram a ideia de realizar um festival de jazz no Brasil. Durante quase quatro décadas, o musicólogo esteve à frente da curadoria dos festivais criados pela produtora, emprestando toda a sua paixão e vasto conhecimento para divulgar o jazz no Brasil. O C6 Fest presta sua homenagem especial a ele com a renomada orquestra Ouro Negro, que reunirá Mônica Salmaso, Fabiana Cozza e Gabriel Grossi para interpretarem as músicas do genial Moacir Santos (1926-2006), um dos compositores preferidos de Zuza.
Underworld – País de Gales***
Os galeses do Underworld ajudaram a revolucionar a cena eletrônica britânica no final da década de 80. As composições atmosféricas e progressivas da banda impressionam ainda mais na contagiante dinâmica de seus shows, referência e inspiração para as novas gerações. A consolidação definitiva do grupo aconteceu em 1996, quando a música Born Slippy (Nuxx) se tornou o hino de toda uma geração ao entrar na trilha sonora do filme Trainspotting. O sucesso do single catapultou a banda do underground para o mainstream. Nas duas décadas seguintes, mesmo sem fazer concessões, venderam milhões de álbuns e fizeram inúmeros shows com lotação esgotada. Também forneceram trilhas sonoras para produções dos diretores vencedores do Oscar Anthony Minghella e Danny Boyle e para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. O sucesso crítico e comercial do álbum Barbara Barbara, We Face a Shining Future os levou a encabeçar os lineups de festivais como Coachella, Glastonbury e Summer Sonic.
*** integra também a programação do C6 Fest no Rio (18 de maio)
Weyes Blood – Estados Unidos*
Na estrada desde 2010 e com cinco discos lançados na carreira, a cantora e multi-instrumentista Natalia Mering adotou o nome artístico Weyes Blood aos 15 anos de idade, em referência ao romance Wise Blood, da escritora norte-americana Flannery O’Connor. Musa da cena indie e presença constante na programação dos principais festivais do mundo, tem um dos shows mais incensados da atualidade pela imprensa especializada. Sua música passou por mudanças significativas ao longo da carreira. A artista se envolveu na cena underground de noise music como baixista do grupo Jackie-O Motherfucker, de Portland, e foi também cantora da banda Satanized. Sob o pseudônimo Weyes Bluhd, gravou três álbuns por conta própria, antes de mudar o nome artístico para Weyes Blood, quando lançou The Outside Room (2011) pela microgravadora Not Not Fun Records. Em seguida migrou para o selo independente Mexican Summer, com o qual gravou The Innocents (2014) e Front Row Seat to Earth (2016). Seu quarto e quinto álbuns de estúdio, Titanic Rising (2019) e And in the Darkness, Hearts Aglow (2022), ambos aclamados, foram distribuídos pela lendária gravadora Sub Pop, de Seattle.
* pela primeira vez no Brasil
Xênia França
Logo em sua estreia no mercado fonográfico, com o álbum Xênia, onde faz um tributo aos sons da diáspora negra, numa mistura de soul, jazz, samba e R&B, Xênia França foi indicada ao Grammy Latino em duas categorias (álbum pop contemporâneo e canção em língua portuguesa). Em 2022, a cantora e compositora do Recôncavo Baiano lançou seu segundo álbum, Em Nome da Estrela, se consolidando como uma referência do afrofuturismo na música brasileira. Hoje radicada em São Paulo, Xênia autoafirma sua identidade musical no novo disco ao desconstruir ritmos tradicionais e ao uni-los a sintetizadores, arranjos de cordas e harmonias sofisticadas.