Mindhunter – crítica segunda temporada

Oi gente! Hoje vim falar sobre a nova temporada de mindhunter, a série da Netflix que trata da unidade de ciência comportamental do FBI. Caso, assim como eu, você prefere assistir sem saber nada da trama, volta aqui só depois, porque vou falar da dinâmica e dos casos abordados nessa temporada.

Para quem assistiu a primeira (se você não viu, veja AGORA, aí volta aqui!), dá pra ver que a segunda muda um pouco o ritmo e a forma de abordagem dos casos. Enquanto a primeira era focada em casos passados como o de Ed Kemper, a segunda tem três núcleos diferentes, e todos com casos presentes. Um dos casos é o caso do assassino Wayne Williams, e traz a crua realidade da politicagem na investigação criminal. Me traz muita revolta várias vezes, e isso pode ser refletido pelo protagonista Holden Ford (Jonathan Groff), que, ainda na sua inocência por ser um dos mais jovens, não entende porque a política interfere tanto na forma de agir nas investigações. As partes de Wayne são as que mais me deixaram interessadas, para não dizer SURTADA por essa nova temporada. Porque aborda um serial killer negro, algo pouco mostrado na história de serial killers. Mas, assim como é dito no livro serial killers – a anatomia do mal, não é por falta de serial killers negros. É simplesmente porque os assassinatos de vítimas negras são negligenciados e pouco investigados, o que torna a ação de tais assassinos menos visível, uma consequência do racismo estrutural de nossa sociedade.assassinos da nova temporada de mindhunter

Mas quem acha que não tem entrevistas, pode se preparar que tem sim! Com figuras marcantes como o já conhecido Edmund Kemper, David Berkowitz (filho de Sam), etc. A mais marcante, obviamente é a entrevista com Charles Manson, líder da família Manson e condenado pelo homícidio de Sharon Tate e outras vítimas. As palavras proferidas por Manson são extremamente marcantes e aqui dou inteiramente o crédito ao ator, que interpreta o psicopata de Helter Skelter também no filme recém lançado de Quentin Tarantino, Era Uma Vez em Hollywood. A caracterização de David Fincher, porém, me agradou muito mais que a caracterização do Tarantino. Apesar de curta, a entrevista de Manson causa arrepios até nos menos medrosos, e eu realmente achei que era o próprio ali.

Outro núcleo é o do assassino BTK, que, creio eu, ainda vai nos acompanhar por muitas temporadas, tendo em vista que Dennis Rader só foi preso em 2005. Enquanto na primeira temporada eram apenas flashes, nessa temos cenas que marcaram a trajetória do serial killer e começamos a entender melhor a psicologia dele, e a máscara é finalmente apresentada. (e devo ressaltar que a ambientação dessa série é perfeita).

Além dos 3 núcleos (o terceiro eu vou deixar em segredo porque seria um baita spoiler), a série aprofunda a vida pessoal dos dois coadjuvantes, a Dra. Wendy Carr e Bill Tench. Com Wendy, a série faz uma breve abordagem da visão sobre a homossexualidade na década de 70/80,  e acredito que ainda será discutido em temporadas posteriores.

O diretor tem uma mão muito boa e sabe pesar as cenas de tensão e onde encaixar cada núcleo e personagem (talvez eu seja o mundinho david fincher, mas vocês entendem, né?). Essa temporada têm cenas de tensão e não nos deixa parar de assistir até ir ao último episódio e descobrir o que tanto está acontecendo nesses casos. Perfeição! Uma das melhores séries da atualidade. Mal posso esperar pela próxima temporada, dona netflix.

nota: 5/5

 

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