Todas nós, fãs de super-heróis, sabemos que existem dois principais universos no mundo dos quadrinhos, e que os personagens de cada um, muito provavelmente, nunca irão interagir entre si. Há décadas, Marvel e DC Comics encantam o público com suas diversas histórias e cenários, tanto por meio das HQs, quanto através das telas de cinema. Mas por quê será que uma dessas empresas apresenta um maior reconhecimento pelos jovens de hoje do que a outra?
Desde 2008 (ano de lançamento do primeiro filme do Homem de Ferro), a Marvel vem construindo, por partes, um universo que ainda está longe de ter sua trajetória finalizada. Três anos antes, a DC, em parceria com a Warner Bros. Pictures, lançava Batman Begins – o grande começo da história original do Batman que, por sua vez, renderia um Oscar de melhor ator coadjuvante pela atuação de Heath Ledger como Coringa, na continuação O Cavaleiro das Trevas, quatro anos depois. Naquela época, quando a maioria dos geeks de hoje em dia ainda nem sequer tinham autonomia para saber da existência desses lançamentos, parecia estar tudo correndo muito bem em ambos os universos. As duas distribuidoras haviam acabado de entregar filmes aclamados pela platéia e, com certeza, tinham capacidade para fazerem mais.
No entanto, toda a história que a DC havia apresentado ao longo daqueles sete anos (de 2005 até 2012, para ser mais exata), não passou de uma trilogia, ou seja, não haveria nenhuma continuação para aquele roteiro. Logo após o misterioso final da narrativa do bilionário de Gotham, a Detective Comics prometeu um recomeço ao lançar, em 2013, aquilo que seria um começo para seu verdadeiro universo cinematográfico: O Homem de Aço. Com o ator Henry Cavill no papel de Super-Homem, o longa, dirigido por Zack Snyder, prometia introduzir a história do primeiro membro da Liga da Justiça, assim como a Marvel já havia feito em relação aos Vingadores.
Aquilo tudo parecia normal, já que a Marvel Studios também tinha apresentado uma história que ficaria fora do universo cinemático da empresa, com os filmes do Homem-Aranha. Porém, novos lançamentos surgiram no universo da Detective Comics, e, com eles, a notícia de que o ator Ben Affleck, que, mais tarde, seria acusado de assédio sexual por duas mulheres, seria o próximo Batman nos telões. Esse fato, juntamente com a má reação dos fãs aos demais filmes da empresa (Esquadrão Suicida e Liga da Justiça, essa é pra vocês), colaboraram para que algo que poderia ser grandioso se tornasse motivo de piada entre aqueles que, de certa forma, preferem os personagens da Marvel ou simplesmente não gostam da DC.
A verdade é que, quer certos membros da comunidade geek aceitem ou não, ambas as companhias sempre apresentaram personagens e histórias icônicas, que merecem o reconhecimento do público. Uma delas, no entanto, teve a sorte de contar com um universo coeso, cuja produção e os atores continuam fixos desde sua criação, facilitando com que o público se apegasse ao elenco e aos diversos grupos ali existentes de maneira mais rápida e lucrativa. Mas isso não significa que os personagens que tiveram sua origem injustiçada pela falta de profissionalidade de uma distribuidora de filmes mereçam ser esquecidos ou desprezados por nós – muito pelo contrário!
Uma é mais séria e a outra conta piadas o tempo inteiro. Uma prefere utilizar cores mais escuras em seus filmes, a outra conta com tons divertidos e alegres em seus filmes. São com essas e muitas outras diferenças que o público se adapta ao seu estilo favorito nos cinemas, tanto para histórias normais, quando para as adaptações dos quadrinhos que tanto amamos. E aí, qual sua ideia para que ambas a Marvel e a DC passem a conviver em harmonia, e voltem a atrair o mesmo público aos telões?