“Run On” é um drama sul-coreano, que chegou na Netflix no mês de Abril de 2021. Com poucas reviravoltas, o drama nos proporciona conforto e lições preciosas sobre amor próprio, honestidades e relacionamentos maduros. Realista e excêntrico, com personagens em situações diferentes tentando encontrar a coisa mais importante na vida adulta: o amor próprio e independência.
“De todas as coisas que eu já amei, porque eu nunca fui uma delas?”
A reflexão é dita pelo atleta Ki Seon Gyeom (Yim Si-wan), que passou a vida inteira se magoando e tirando sua própria voz, afim de obedecer e agradar seus pais. O conflito do personagem nos ensina que viver em função de agradar os outros acaba tirando nossa própria essência, e quando percebemos, amamos várias coisas e pessoas, mas nunca nós mesmos.
“Ninguém nasce capaz de aguentar a dor desde o início. Então, não tente parecer bem, se é isso que está fazendo.”
Tudo bem está triste e não conseguir fazer algo. Não nascemos com a capacidade de aguentar tudo e continuar produtivo e feliz. Oh Mi Joo (Shin Se-kyung) é a voz da razão sobre autoestima nesse drama, sempre em conflito com os ideais problemáticos de Seon Gyeom de se colocar para baixo.
“Quem você acha que vai morar comigo para sempre? Sou eu. Eu mesma. E você consigo mesmo. Então, você precisa se cuidar e se tratar quando algo estiver errado. Eu quero que você se ame um pouco mais. Só assim teremos uma relação longa e saudável.”
Somos pessoas individuais, até mesmo em um relacionamento. Precisamos gostar da nossa própria companhia, para amar a do outro. Relacionamentos saudáveis são compostos de pessoas independentes uma da outra, consequência do amor próprio, que escolhem estar juntas por amor, não dependência.
“Amor indesejado é o mesmo que violência.”
Em uma discussão com seu pai, Seon Gyeom é chamado de ingrato, por não aceitar as decisões que fazem por ele, pois de acordo com seu pai, é tudo por amor. Não podemos confundir amor com violência. Seon gyeom queria viver sem a perseguição do pai e viver sua própria vida. Amor não nos controla.
“Quero me dar bem comigo mesma. Não quero me amar demais, mas também não quero exigir demais de mim”
O amor próprio é o mais importante em nossa vida, mas não é único. Somos atraídos para amar os outros e isso não te deixa fraco, apenas forte. Precisamos um dos outros, como também precisamos nos amar. Equilíbrio é sempre importante.
1 comentário
Olá mais uma vez Thalyta Reis, peço desculpas os minha ausência, em relação aos meus comentários em suas análises…mas vamos lá. Eu me senti extremamente representado em sua análise, você mais uma vez faz tudo isso com muito maestria e quando eu li eu chorei por dentro, pois eu fui criado, por muito tempo em uma família abusiva. Eu assisti essa série mas não possuo esse seu dom de conseguir analisar as coisas (séries, livros, filmes, documentários) como você, eu me senti extremamente tocado quando você escreveu isso e eu percebi que é quase a minha vida, eu tenho uma pessoa que me ensinou o que é o amor de verdade, minha namorada, e eu estou eternamente grato a ela e a você por ter argumentado tão bem sobre essa série. E não querendo me estender mais, eu agradeço mais uma vez a toda a equipe da “Geek e Feminist” e a você Thalyta Reis.