“O Menu”, novo thriller satírico da Searchlight Pictures que se centra no mundo da alta gastronomia, estreia dia 1 de dezembro nos cinemas nacionais. Na trama, um grupo de clientes viaja para uma pequena ilha americana na costa do Pacífico para desfrutar de um jantar exclusivo no aclamado restaurante Hawthorne, comandado pelo chef do momento, Julian Slowik (Ralph Fiennes). O encontro, no entanto, toma rumos inesperados quando a majestosa sucessão se transforma, aos poucos, em uma experiência cheia de tensão e segredos que vêm à tona.
Seja nas mesas do imponente salão ou na imaculada cozinha do Hawthorne, “O Menu” apresenta uma coleção de personagens tão requintados quanto as preparações de Slowik. Para o diretor Mark Mylod, selecionar o elenco que dá vida a esses personagens foi um desafio divertido e muito gratificante. “Tive muita sorte com o elenco, mas há um velho ditado que diz que quando os roteiros são bons, coisas boas acontecem. Uma dessas coisas boas foi Mary Vernieu, a diretora de casting, que é fantástica. Descrevi o tom e a forma como queria trabalhar para ela, bem no estilo Robert Altman, com todos em cena o tempo todo. Precisa de atores que fossem rápidos e seguros para fazer isso e também abrir espaço para improvisação”, diz Mylod.
JULIAN SLOWIK, O CHEF
À frente e ao centro do mundo de Hawthorne está Julian Slowik, o chef que está no auge de sua carreira profissional, mas que está à mercê dos investidores do restaurante e tem sentimentos conflitantes em relação à sua clientela de elite. “Slowik é um perfeccionista e trabalha constantemente para manter um nível muito elevado para as pessoas que não o valorizam”, diz o ator Ralph Fiennes, que interpreta o chef.
“O que é fantástico na performance que Ralph faz de Slowik é que em vez de ser obviamente louco, ele nos faz sentir uma certa empatia, porque ele ama tanto o que faz, mas ao mesmo tempo é um pouco maluco”, diz Anya.
Mylod, por sua vez, acrescenta: “Slowik é um personagem bastante complexo. Queria mostrar a dedicação que ele tem para que sua arte seja mais elevada e inovadora, a ponto de colocar sua própria vida em risco; por isso o que ele faz é cativante e extraordinário. Para Ralph e para mim, era essencial não apresentar o personagem como uma caricatura. Queríamos encontrar sua humanidade, sua dor e entender suas ações, não para justificá-las, mas talvez para dar-lhes um contexto e autenticidade”.
Para dar vida ao chef, Fiennes voltou-se a várias fontes de inspiração, incluindo a série documental Chef’s Table e as experiências da renomada chef com estelas Michelin Dominique Crenn, que esteve presente no set de filmagens como consultora e inclusive criou o menu que faz parte da história.
UM CASAL DISTANTE
Entre os diversos clientes que vão ao Hawthorne, o casal com poucos interesses em comum, formado por Margot (Anya Taylor-Joy) e Tyler (Nicholas Hoult), é um dos destaques. Enquanto ela chega ao local sem o mínimo interesse nas preparações de Slowik e desdenhando da pretensão da experiência, ele é obcecado por culinária e fã número um do chef.
Hoult compartilha sua visão de seu personagem: “Para ele, conseguir ir a este restaurante é um sonho realizado. Ele planejava ir com sua namorada, mas ela terminou com ele, então levou Margot, porque não há mesas para um no Hawthorne. Tyler é um personagem que você pode gostar em algum momento, por causa de sua paixão e do prazer que tem em estar no restaurante, mas também é alguém com grades problemas psicológicos”.
Taylor-Joy, por sua vez, confessa que gostou muito de interpretar Margot. “Ela é durona, divertida, mas muito, muito rápida. Ela conhece seu trabalho, que é descobrir o que a pessoa que está com ela quer e se tornar esse ideal. Foi muito divertido interpretá-la”, diz.
UM DIVERSIFICADO GRUPO DE CLIENTES
Durante o jantar de “O Menu”, a equipe do Hawthorne serve um grupo de clientes dividido em seis mesas. Cada um representa um tipo de pessoa que despertou raiva ou desrespeitou o chef Slowik, desde ex-clientes que pararam de frequentar seus restaurantes até pomposos críticos gastronômicos que acham que sabem de tudo.
De um lado, a renomada e arrogante crítica gastronômica Lillian Bloom, interpretada pela premiada atriz Janet McTeer (Ozark; Albert Nobbs). As críticas de Bloom têm o poder de elevar o destruir para sempre a carreira de um chef. Juntando-se a ela está Ted (Paul Adelstein), seu submisso editor.
Em outra mesa está uma egocêntrica e irritante estrela de cinema (John Leguizamo), que está ansiosa para dar um salto em sua estagnada carreira de ator com a oportunidade de fazer um programa de viagens e gastronomia. O ator chega ao Hawthorne com sua assistente Felicity (Aimee Carrero), uma jovem que só pensa em largar o emprego e a relação tóxica de trabalho que tem com o ator.
Dois outros clientes da noite são Richard e Anne (Reed Birney e Judith Light), um casal rico que é frequentador regular do Hawthorne, mas que não parece gostar da companhia um do outro ou da experiência oferecida por Slowik.
Completando a clientela da noite está um trio de jovens executivos da indústria da tecnologia formado por Bryce (Rob Yang), Soren (Arturo Castro) e Dave (Mark St. Cyr). Com seus bolsos cheios e atitudes arrogantes, ele vão ao Hawthorne dispostos a gastar fortunas e exigir o serviço que acreditam merecerem por suas posições de poder.
“Todos esses personagens são desagradáveis em muitos aspectos, mas, de uma forma estranha, também fazem você querer passar um tempo com eles, por algum motivo você se identifica com eles”, diz Nicholas Hoult.
A EQUIPE DO HAWTHORNE
Na cozinha do Hawthorne, uma equipe comandada por Slowik trabalha como uma orquestra infalível. Com veneração ao chef e uma dedicação absoluta ao restaurante, todos se comportam de uma maneira um tanto insana.
À frente da equipe e como braço direito de Slowik está Elsa (Hong Chau), uma mulher rigorosa e formal que faz tudo o que o chef manda e nunca questiona suas diretrizes. A complexidade e obscuridade de Elsa desperta intrigas na história. Com ela na linha de frente do restaurante estão o sommelier (Peter Grosz) e os sous chefs Katherine (Christina Brucato) e Jeremy (Adam Aalderks). A relação entre o chef Slowik e sua equipe é a prova de como eles acreditam firme e plenamente em sua visão. Os funcionários seguem o plano para a noite, independentemente das possíveis consequências.
Assim como seus personagens “O Menu” não é o que parece ser à primeira vista. Conduzidos pela equipe do Hawthorne, cada prato do suntuoso menu de degustação do Slowik revela um novo aspecto da história, levando o espectador a uma inesperada e tempestuosa aventura, que é tão sombria e perturbadora, quanto extremamente divertida.
“O Menu” estreia dia 1 de dezembro nos cinemas.