CRÍTICA: Yasuke (Sem spoilers)

Yasuke, produzida pelo studio MAPPA dirigida por LaSean Thomas, narra a história do primeiro (e único) samurai negro do Japão. Yasuke (弥助) foi samurai e era ligado a Oda Nobunaga.

Apesar de ser baseada em fatos reais, não se sabe muito da vida de Yasuke pós a morte de Nobunaga, que faleceu por meio de seppuku. Junto a sua morte, a vida de Yasuke parece ter sido apagada dos livros de história. A série portanto aproveita da magia do universo dos animes para criar um plot próprio, dando sua própria vida e criando um universo em que o samurai negro não foi esquecido. Ficamos alternando entre presente e passado e conhecendo mais e mais a vida do ‘’barqueiro negro’’, Yasuke.

Confira a sinopse oficial:

”Para proteger uma menininha que tem poderes misteriosos, o Samurai Negro, hoje um pacífico barqueiro, acaba se envolvendo em novas batalhas. ”

A série tem a produção do estúdio MAPPA, que na temporada passada nos entregou obras como Jujutsu Kaisen, Shingeki no Kyojin, e está produzindo o filme de Yuri On Ice: Adolescence, por exemplo. Que o estúdio tem uma produção bem elaborada não é novidade, mas novamente gostaria de aplaudir pela qualidade da animação. As cores são lindas, o visual realmente está deslumbrante. A trilha sonora também sabe entrar nos momentos certos, e me agradou demais.

O elenco de dubladores conta com Lakeith Steinfield dublando nosso protagonista samurai, e o ator consegue transmitir os conflitos e mudanças de sentimentos de Yasuke. Sendo sincera, acho que o anime poderia ter mais uns 2 episódios, para aprofundar os conflitos psicológicos que envolvem o protagonista, porém por meio da atuação de Lakeith percebe-se a mudança no estado psicológico e da idade do personagem. Lakeith novamente entrega um trabalho sensacional – o que não me surpreende, porque o ator sempre dá o seu melhor em tudo.

A série também aborda aspectos como o contato entre duas culturas – o Japão, que viveu fechado por muito tempo, recebendo Yasuke, que era escravo (foi traficado por um navio português), conhecendo Nobunaga – que quando o viu pela primeira vez, achou que sua pele era pintada. Além de tocar em questões como machismo e racismo – afinal, a mitologia ao redor da figura do samurai era um homem japonês, um cargo honroso. Assim, um servo como Yasuke vestir essa armadura, para os tradicionalistas, era desonroso.

Além do dublador de Yasuke ser um homem negro, a produção conta com representatividade não só na tela mas fora também. A história narra um homem negro, e é dirigida e escrita por homens negros. Com direção de LaSean Thomas e roteiro dele com Nick Jones Jr,  acredito que vocês não se arrependerão de checar Yasuke, que estreia dia 29 de abril na Netflix.