CRÍTICA | Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder – foi um bom retorno à Idade Média?

A primeira temporada de Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder chegou ao fim na última sexta-feira (14) e teve um desfecho de ótima qualidade, porém com ritmo cansativo.

A série derivada das obras de J.R.R. Tolkien, inacabadas ou não, é a produção com maior investimento da Amazon Prime Video. Roteirizada por J.D. Payne e Patrick McKay, ‘Anéis do Poder’ teve como ponto alto todo o CGI e fotografia de alta qualidade que trouxeram pra tela toda a magia que o tolkienverso é capaz.

Desde seu anúncio e desenvolvimento, a série recebeu ataques de todos os lados – seja mídia ou fãs – que acharam um absurdo sem fim seres fantasiosos e mitológicos fossem interpretados por atores não brancos. Isso não afetou em nada o enredo que teve como seu pior inimigo o ritmo imposto pelo roteiro.

Esse ritmo funcionou para desenvolver dois núcleos específicos: os Durin e os Brandyfoot. Se você não gostou deles o problema tá na sua falta de gosto.

Cada ator no projeto entregou com maestria atuações que os personagens pediram. Morfydd Clark teve como missão trazer pra tela uma Galadriel totalmente diferente da que Cate Blanchett apresentou nos filmes de O Senhor dos Anéis. Ela conseguiu mostrar uma Galadriel forte, guerreira e muitas vezes “imatura” por conta de seu sentimento de vingança.

Ismael Cruz Córdova (Arondir), Robert Aramayo (Elrond) e Charlie Vickers (Halbrand) roubaram a cena e serviram o melhor desenvolvimento durante a temporada. Robert, fã assumido do universo Tolkien, entregou um Elrond em amadurecimento, mas totalmente sagaz e empático. Ismael nos fez conhecer um novo tipo de elfo, o tipo apaixonado e fiel capaz de muito pela pessoa amada. Sem contar que sua performance como arqueiro foi algo fenomenal.

Por último, e com certeza não menos importante, temos Charlie como Halbrand. Interpretando um personagem misterioso que mais tarde se revelaria como o maior do mundo aka Sauron. Durante os episódios ficava sempre o gostinho de “No próximo o Sauron aparece” e talvez esse tenha sido um erro que o roteiro escolheu.

Não adianta apenas uma ótima fotografia, efeitos e atores pra ser fazer uma obra 100%. O ritmo da Terra Média nos livros é realmente mais lento, mais detalhado, porém nos livros. Escolher seguir esse mesmo ritmo numa obra visual é basicamente um tiro no pé.

Se fosse algo dos 3 primeiros episódios seria tranquilo porque poderia ser justificado como não correr pra entregar apresentações e introduzir os personagens, mas OITO episódios com mais de 1 hora de duração e ter tantos momentos lentos e circulares é desperdício.

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