CRÍTICA: Rocketman

Caso você já não soubesse, Elton John é um dos nomes mais importantes da história da música mundial. Assim como todo artista LGBT+ que teve sua carreira consolidada no século passado, o pianista britânico enfrentou enormes dificuldades e decepções durante sua caminhada para o sucesso, que, por sua vez, conduziu o artista a uma apresentação para um público não tão impressionante, em 25 de agosto de 1970, no clube Troubadour, na Califórnia. Rocketman mostra, sem erros, todos os pontos marcantes da vida do artista, antes, durante, e após esse momento.

Com as performances impecáveis de Taron Egerton (Elton John), Richard Madden (John Reid), Jamie Bell (Bernie Taupin), a segunda biografia musical dirigida por Dexter Fletcher não deixa a desejar. Após sua breve participação na produção de Bohemian Rhapsody (o filme do Queen, para os leigos) em 2018, Fletcher mostra excelência e respeito ao entregar um filme que, seja para os fãs de Elton ou para os amantes de música de qualquer idade ou gosto, é um lançamento merecedor de sucesso nas bilheterias.

Além de apresentar a origem e criação dos maiores hits de Elton John de forma criativa, introduzindo a narrativa ao lado musical do cinema, o longa aborda questões delicadas, como a sexualidade e os vícios superados do cantor, de maneira correta: como algo normal e inevitável, apesar de todos os conflitos que isso possa provocar. A história contada nessa produção não compõe um drama, com vilões e mocinhos, que tragam um sentimento de suspense ao público. O roteiro apenas mostra a história de Elton de forma artística e verdadeira – como deveria ser – desde sua dura infância até os dias de hoje.

Outro detalhe de extrema importância, que, porém, pode passar despercebido aos olhares do espectador que não possui um conhecimento amplo sobre a história da música, é a influência de artistas negros no cenário musical daquela época. Considerando o fato de que a importância da cultura negra para o rock’n’roll ainda é, infelizmente, esquecida por parte considerável dos amantes do gênero, as poucas cenas de representatividade racial apresentam enorme significado, e indicam um futuro onde as pessoas passem a, finalmente, agradecer os antigos habitantes dos ghettos americanos por inspirarem tantas gerações de compositores.

Através da icônica frase “Você deve matar a pessoa que nasceu para ser para se tornar a pessoa que quer ser.”, a moral dessa trama fica subentendida. Divirta-se, se emocione e exalte ainda mais o trabalho de Elton John. Assista Rocketman nos cinemas!

 

Você também pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *