CRÍTICA: I Promised You The Moon

Continuação da série tailandesa ‘I told Sunset About You’ que nos contou com maestria a jornada de amizade a romance entre Teh (Billkin Putthipong) e Oh aew ( PP Krit), A Thai prequel foi finalmente finalizada dia 24 de junho, com seu quinto episódio pela Line Tv.

 

Afinal, apenas amor é suficiente?

A produção desse romance é conhecida pelos detalhes de cores, palavras e metáforas, sempre mais profundos do que aparentam, nos provocando sensações a cada cenário e detalhes, invocando sentimentos como desejo, obsessão, medo, ansiedade e claro, amor. O diretor da obra, Meen Tossaphon, não intitulou a segunda temporada a toa. A tradução literal da segunda parte significa “Eu te prometo a lua” remetendo a promessas impossíveis de cumprir.

 

 

Teh e a impulsividade que machuca

Com 5 episódios ao todo, o drama mostra a vida e relação dos personagens ao longo dos anos, crescendo em um relacionamento que começou na escola. Temos o intenso e confuso Teh, desde a primeira temporada trazendo as complicações da adolescência, o desejo, medo de mudanças e o seu egocentrismo machucando as pessoas ao redor sem perceber. A direção foi bastante criticada pelos telespectadores, alegando terem destruído a construção do personagem. Entretanto, Teh é o lado realista e complicado no ser humano, sempre arrastando as pessoas para sua confusão sentimental, sem pensar nas consequências e quando isso finalmente acontece, ele fica genuinamente machucado. Ansioso e obcecado quando está apaixonado, e a nítida insegurança em Oh aew deixa-lo em qualquer mínima mudança em sua vida, Teh está sempre preso no passado, estragando o seu relacionamento antes de ser deixado.

 

 

Oh aew é uma lição sobre vulnerabilidade

Sendo um personagem muito adorado, Oh nos mostra a dor e felicidade em se entregar as mudanças da vida. Seja para entrar em uma faculdade, mudar de curso, transformar amigos em família, ou simplesmente a facilidade de mudar e sentir-se bem. Ele é o sentimento vivo do relacionamento com Teh, desde a primeira temporada, entregando-se, insistindo, e amando demais quem não o ama suficiente. Dar demais sem ter em troca é injusto consigo mesmo, e é essa a lição de vulnerabilidade que o personagem nos proporcionou. Oh sempre cumpriu tudo que prometeu ao namorado, amar somente a ele e que amor seria suficiente, mas uma relação está fadada ao fracasso quando apenas um se esforça. Tudo bem se entregar totalmente a um relacionamento, mas leva-lo sozinho não. Manter alguém que nos machuca e não confiamos mais é inaceitável e uma decisão importante na jornada do personagem.

 

 

O arrependimento e culpa são sentimentos amargos, mas necessários.

O último episódio é habitado um ano após o término dos personagens, com Oh aew apresentando seu último trabalho na faculdade, com a oportunidade de um novo emprego e mentalmente feliz. Em contraste, Teh finalmente tem tudo o que sempre almejou: fama e um relacionamento com uma atriz, que possui os mesmos sonhos que ele, porém, está visivelmente infeliz. Vemos claramente o arrependimento do personagem em uma fase depressiva, sem conseguir superar o ex namorado, que mesmo sem um ano de comunicação, Teh nunca deixou de manda-lo mensagens em datas comemorativas e importantes, mesmo sem respostas. Arrependido e vazio, Teh parece perdido.

 

 

Não podemos controlar o amor, mas podemos nos esforçar para dar certo.

O drama nos proporcionou tristeza, alegria, amor, ser machucado e ser perdoado e principalmente, a coragem de recomeçar. Temos a volta memorável de personagens antigos, como o antigo grupo de amizade de Teh e Oh, celebrando o casamento de Hoon (Nat Kitcharit). Em uma cena incrivelmente roteirizada, Bas (Pongpol Panyamit) diz que se voltar com Teh está em seus pensamentos, seu coração já escolheu e ele apenas deveria tentar. A cena final da série é simbólica, somos levados de volta a Phuket, na infame praia onde tudo começou, com Oh entregando o buquê de flores para Teh. O amor as vezes precisa ser simples, sem grandes promessas que são facilmente quebradas ou jurar permanecer o mesmo. É pensar no agora e se esforçar para dar certo, sobre recomeçar e melhorar. Assim que foi finalizado o drama sobre Teh e Oh aew, reparando os erros do passado e o esforço para melhorar, pois essa é a real lição sobre relacionamentos, apenas amor não é suficiente, muito menos juras românticas, mas sim, desejar estar com alguém e se esforçar para que dure.

Nos últimos minutos do episódios, Teh posta em suas redes sociais assumindo seu relacionamento com Oh, dizendo que esse será o primeiro problema que ambos irão resolver, dessa vez, juntos. Será que vem uma terceira temporada?

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2 Comentários

  1. Olá Thalyta Reis, tudo bem com você?
    Estou aqui mais uma vez pra apreciar sua crítica literária, como sempre você está fazendo isso com uma maestria inegável e ímpar, todas as vezes que eu leio uma crítica sua eu sinto a necessidade de ler ou assistir tal obra e com essa não foi diferente. Como é comum ouvirmos, tanto na realidade como na própria ficção, promessas de amor que não são possíveis, como “prometer a lua” e esquecemos de fazer o básico, como simplesmente estar presente, focando tanto no futuro que esquecemos que o futuro é construído/pautado no hoje. E mais uma vez… obrigado pelo seu trabalho Thalyta, e obrigado a toda equipe da “Geek e Feminist”.

    1. Parabéns pela crítica, os atores são muitos bons mesmo, me fizeram sentir cada emoção, raiva, ódio, felicidade, alivio…mostrando a verdade sem romantismo. Somos humanos cheios de falhas, dispostos a mudar, melhorar e evoluir.

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