Nesta quinta-feira (04) estreou o novo grande filme da Marvel Studios, Eternos, trazendo uma nova equipe para os cinemas e para o público fiel do Universo Marvel. Muito aguardado e com grande expectativa em cima dele, o filme – da aclamada e premiada diretora Chloé Zhao – trouxe a promessa de um futuro inovador da MCU ao trazer uma perspectiva diferente de como se fazer filmes heróis. Uma proposta totalmente diferente do que estamos acostumados nesses longos 10 anos de MCU.
(Imagem: Divulgação / Disney)
Além de todos fatores acima, o filme tem a mesma equipe que acompanhou a Chloé Zhao, no premiado Nomadland e um elenco impecável, composto por, Angelina Jolie, Richard Madden, Kit Harington, Gemma Chan, Salma Hayek, Ma Dong-seok, Kumail Nanjiani, Barry Keoghan, Lia McHugh e Lauren Ridloff. Desde o momento do anúncio na SDCC de 2019, um enorme barulho foi criado. O filme trouxe o cast mais diverso da Marvel, algo que estávamos esperando a anos.
Mas qual é a história de Eternos? O filme conta a história de dez seres cósmicos, os Eternos são uma espécie modificada geneticamente por seres cósmicos conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles foram enviados a Terra para proteger a nova raça inteligente do universo, os humanos, de outra criaturas cósmicas, os Deviantes.
Responsáveis por ajudar os humanos em seu processo evolutivo, os Eternos em dado momento na história se separaram. E é a partir dessa separação que o enredo principal do filme gira em torno.
(Imagem: Divulgação / Disney)
Nunca tinha visto um filme da Chloé Zhao, mas sempre me interessei quando rolou essa proposta de um filme totalmente diferente do que já estamos acostumados a ver nesses mais de 10 anos no cinema, o filme entrega isso? Sim, ele entrega o meio termo, ao mesmo tempo que vemos o trabalho da Zhao também é perceptível a conhecida Fórmula Marvel, que muitos dizem que não está presente no filme, mas sim ela está, e acredito que esse meio termo fez ter esse resultado na crítica, muitas pessoas foram assistir pensando sobre ser um filme da Zhao ou mais um filme da Marvel, bom ele é os dois, a ambos os públicos não estavam preparados para isso.
Chloé Zhao, saiu da sua zona de conforto para fazer Eternos, primeira vez que ela tem que lidar com cenas de luta, apresentação de uma equipe que tem muito da mitologia na sua criação, e o grande desafio de fazer essa equipe ser cativante para ser abraçada pelo público, como foi a de Vingadores e Guardiões da Galáxia. Ela enfrentou esses e outros desafios na criação de Eternos e fez de uma maneira grandiosa.
Tem sim os seus defeitos, como dito é o primeiro filme da diretora nesse gênero, e ela começou de uma maneira interessante, com diálogos mais profundos, trazendo um sentimento sobre família totalmente novo na Marvel Studios, inclusive melhor que a dinâmica dos últimos quatro Vingadores. A personalidades de cada personagem formada, por mais que tenham pouco tempo de apresentação, faz referência aos ‘Os Eternos’ de Jack Kirby e do Neil Gaiman. A mensagem sobre a fé e razão foi colocada a todo momento no filme de uma maneira sutil.
(Imagem: Divulgação / Disney)
Eternos é um filme visualmente lindo, fotografia bem bonita, todo o visual dele é bem pensado e caprichado, citando aqui principalmente o visual dado ao Celestial apresentado do filme, porém os efeitos digitais é algo que ainda incomoda. Mesmo com os erros, tem uma parte no final do filme que é de encher os olhos. Ele foi o primeiro filme da Marvel Studios com várias cenas gravadas em locação real, Zhao fez Kevin Feige levar toda produção e elenco para gravar em um vulcão. Bom a cenas de lutas são muito boas, Zhao usou bem os poderes do eternos, os trazendo de uma maneira surpreendente, principalmente o da Makkari (uma das mais carismáticas e cativantes do filme). Mas deixo a minha crítica para o corte confuso desse filme, acredito que poderia ser bem melhor e com mais nexo, tem algumas coisas que não havia necessidade.
O elenco em muitas cenas foi o que segurou a atenção durante o filme, e acredito todos os atores exerceram o que estava ali no roteiro, os que tiveram pouco tempo de espaço no filme conseguiram ser mais aceitos pelo público, do que aqueles que tiveram a maioria do tempo de tela, todos foram ótimas atuações, porém o roteiro te deixa no meio termo de será que foi aceitável tudo que foi apresentado sobre a equipe ou se aprofundar demais iria se perder? Consegue definir a personalidade de cada um, mas será que conseguimos captar tudo? Iremos usar o Ikaris como exemplo, muitas pessoas vão falar que a atuação do Richard Madden foi sem carisma – e realmente pode ter sido em alguns momentos – porém o Ikaris é um personagem que se acha superior e talvez essa foi a imagem que quiseram passar.
Uma das melhores coisas desse filme, foi a representatividade, desde o elenco até os personagens, temos o primeiro personagem gay no MCU, apresentado pelo eterno Phastos e o primeiro beijo gay no universo também. Lauren Ridloff é muito importante no elenco, e ela como Makkari brilha, é a primeira atriz surda em filme de heróis e sua dinâmica com o resto do cast em cena foi de brilhar os olhos.
Conclusão? O filme conseguiu responder tudo que foi apresentado, entendemos sobre quem são os eternos, suas motivações, história… Os três atos se fecham muito bem, com apenas poucos pontos altos no filme porém com um plot muito interessante no final. Eternos tem uma abordagem diferente e um desenvolvimento lento, o que não é problema para o filme, mas talvez seja para o grande público da Marvel. Sugiro a todos que deem uma chance para o filme e tirem suas próprias conclusões. Ele é o início de algo gigantesco e uma porta que deve se abrir para a Marvel Studios, tanto que tem duas cenas pós-créditos, e acredito fielmente que os eternos tem muita possibilidade de ser a maior equipe do universo cinematográfico da Marvel.