Com a franquia X-Men: O Filme chegando a seu 20º aniversário, hoje a The Hollywood Reporter soltou uma matéria falando sobre as polêmicas envolvidas ao redor do diretor Bryan Singer. Indo de ataques de raiva até estupro, as polêmicas afetam até hoje o diretor que lhe deu uma imagem um tanto quanto problemática em Hollywood (e bem feito também).
A lista é extensa, mas necessária para que mais desse “tipo de gente” não seja contratado:
1) Michael Jackson se encontrou com Bryan Singer algumas vezes para discutir sobre querer interpretar o professor Xavier.
“Você sabe que o professor Xavier é um cara mais velho, certo?“, disse o produtor Lauren Shuler Donner à Michael. E Michael disse: “Sim. Eu posso usar maquiagem“. Michael até fez um curta chamado Ghosts onde ele interpretava um prefeito de 60 e poucos anos, mas não vingou. A Fox nunca cogitou o Michael para o papel e Patrick Stewart acabou sendo o professor X.
2) Uso de drogas, crises de raiva e briga entre os produtores era comum nos bastidores do filme.
Depois de 4 meses da produção ter terminado, um ator teria entrado em processo civil alegando que teria sido estuprado por 3 amigos (e colegas de negócios) do diretor. Um executivo não identificado também disse “Seu comportamento foi ruim no filme. Nós o acomodamos no primeiro filme, e, portanto, podemos acomodá-lo no segundo filme. E assim por diante. E foi criado um monstro.”
3) Mais acusações surgem de filmes anteriores.
Em 1994, dois jovens atores um de 14 e outro de 17 anos alegaram que foram ordenados de ficarem nus em uma cena do filme O Aprendiz. O diretor do filme? Bryan Singer. Mais tarde outros atores também alegaram acusações parecidas, sendo uma delas que se o ator se recusasse a se despir, seria demitido. O processo foi resolvido com uma quantia não revelada.
4) Alegações de que Bryan Singer trocava audições e papéis por sexo, principalmente de jovens atores.
Um caso que deu o que falar foi como o ator Alex Burton – que tinha 18 anos na época – foi escalado para ser Pyro. Pouco tempo depois, o ator Alex entrou com uma ação civil contra três amigos e sócios de Singer – Collins-Rector, Chad Shackley e Brock Pierce – alegando que ele estava envolvido com drogas, que havia sido agredido sexualmente pelo trio e foi ameaçado fisicamente entre julho de 1999 e maio de 2000. Aliás, Collins-Rector ameaçou a carreira de Alex, dizendo “usar seu poder e influência na indústria do entretenimento para evitar que Burton ganhasse emprego no campo do entretenimento“.
Na sequência em X-Men 2, o personagem Pyro chegou a ser interpretado por outro ator e Alex Burton mudou seu nome, não aparecendo mais em Hollywood. Foi alegado que a troca de ator foi por causa que Singer queria que Pyro parecesse mais velho e passasse por uma transição mais sombria onde ele finalmente se torna um vilão e que o ator Aaron Stanford foi a escolha certa. Meses antes, Collins-Rector e Chad Shackley foram ao set de X-Men 2 pela última vez, com Collins-Rector sendo acusado por uma ação civil alegando que ele abusou sexualmente de uma criança de 13 anos.
5) Inesperado acontece e Kevin Feige entra na jogada.
Entrevistas na época, Singer admitiu que tomava vários remédios para dor nas costas, mas por outro lado, pessoas no set diziam que o abuso de drogas era demais, fazendo com que Singer chegasse tarde no set, mudanças de humor repentinas e acessos de raiva. Singer decidiu não usar a personagem Mística em uma cena – interpretada por Rebecca Romijn – por causa de demora da pintura. Então foi aí, que Kevinho Feige – um jovem executivo que trabalhava para Shuler Donner -chegou para botar Singer na linha.
6) Briga entre diretor e produtor.
Singer voltou para a sequência de X-Men e surgiu uma briga bem feia entre ele e o produtor Tom DeSanto. Testemunhas disseram que DeSanto tentou parar uma gravação porque Singer estava alterado por drogas. Alguns membros do set também ficaram e DeSanto estava com medo de alguém se ferir. Todo elenco principal estava filmando naquele dia e mesmo alterado ele continuou filmando, fazendo com que Hugh Jackman se ferisse e aparecesse sangrando na câmera. Mas acha que deu algo? Não… Fox passou o paninho no Singer e pediu para que DeSanto voltasse para Los Angeles. Isso fez com que todos os membros fossem até o trailer de Singer e ameaçassem sair do filme se DeSanto fosse demitido. Halle Berry então soltou: “You can kiss my Black ass“, do tipo, “Pode dizer adeus a mim“. Tanto DeSanto quando Singer negaram que isso aconteceu.
7) Mais acusações surgem e o #MeToo surge, fazendo com que Bryan perdesse projetos.
E deu em alguma coisa? Nada disso… A Fox o chamou para mais dois filmes de X-Men e mais acusações surgiram. Agora de Singer e Goddard (amigo e parceiro de negócios) agredirem sexualmente um garoto de 17 anos após a estreia do filme Superman Returns. Mesmo assim, Singer foi contratado para ser diretor de Bohemian Rhapsody em 2017. Nessa mesma época da produção, surgiu #MeToo e Singer se ferrou. Por causa das ausências do diretor no filme, o estúdio resolveu demiti-lo. Bryan até chegou a ser contratado para o filme Red Sonja, mas foi substituído.
Alguns dos amigos de Singer dizem que a mídia sobre ele é por causa de homofobia. Mas outro executivo da Fox diz que Singer, em vez disso, desfrutou de uma falta de ética. “Todo mundo tinha medo de dizer qualquer coisa porque o sentimento era: ‘Poderíamos dizer isso a um diretor hétero que era um mulherengo?”
Ao longo dos anos, pelo menos duas peças foram canceladas por conta das alegações. O produtor Shuler Donner – que recusou a assistir à estreia de X-Men nos cinemas por conta da frustração de tudo isso – terminou com a seguinte frase: “Ele estava muito nervoso e agia daquele jeito pois estava inseguro, como muitas pessoas fazem. Mas sua maneira de agir foi de gritar e gritar com todos no set. Ou sair do set ou encerrar a produção. Você tem que entender, o cara era brilhante, e foi por isso que todos nós o toleramos e o persuadiu. E se ele não estivesse tão fodido, ele seria um ótimo diretor.”