As Golpistas – Crítica

Qualquer pessoa familiarizada com a cultura estado-unidense sabe, querendo ou não, sobre influência que as chamadas strippers apresentam quando o assunto é lazer, principalmente nas maiores cidades do país. No entanto, também é reconhecido o fato de que, em decorrência de diversas questões socioeconômicas, a profissão se mostrava infinitas vezes mais valorizada no mercado de trabalho na década que iniciou os anos 2000 do que é nos dias de hoje. Apesar do assunto ainda se configurar como um enorme tabu, mesmo depois de tantos anos, o mais novo lançamento da Diamond Films surpreende e transforma uma história um tanto quanto dramática em uma trama leve e divertida.

Inspirado na instigante história de vida de Samantha Barbash e suas companheiras, “As Golpistas” conta com um elenco bastante conhecido entre o público, apresentando nomes como Constance Wu, Lili Reinhart, Julia Stiles, Keke Palmer, Lizzo e Jennifer Lopez, que por sua vez, está sendo cotada para uma possível indicação à Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar de 2020. Embora a performance da cantora tenha sido extraordinária, atraindo elogios de críticos do mundo inteiro, Samantha alega que, para ela, essa foi a única parte realmente boa do filme. “Eles fizeram parecer que eu era algum tipo de vilã”, alega a ex stipper.

Nos primeiros minutos de tela, o público é pego de surpresa por ninguém menos que Cardi B – artista cujo papel remete à sua antiga profissão de funcionária de uma casa de strip em Nova York, exatamente como acontece no longa. Assim como a própria Barbash, há quem diga que a rapper teria mostrado melhor desempenho no papel de Ramona Vega, interpretado por JLo, do que a diva pop. A fala de Cardi, ao afirmar ter cometido os mesmos crimes mostrados na trama em entrevista para a revista Elle Austrália, se mostra auto explicativa sobre seu favoritismo entre os especialistas: “Independente de serem ou não escolhas ruins naquela época, eu fiz o que tinha que fazer para sobreviver”. 

Para leigos em relação à história real por trás do roteiro, “As Golpistas” se configura como uma ótima forma de entretenimento e diversão. Por meio dessa estreia, é possível compreender, mesmo que apenas minimamente, um pouco sobre a realidade de mulheres que veem seu corpo como a única forma de sustento financeiro possível. Apesar das opiniões gerais estarem, de fato, divididas entre comentários positivos e negativos, as risadas e reflexões proporcionadas pelas personagens são várias. Sendo assim, esse é mais um lançamento que nenhum amante do cinema internacional deveria perder.

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