Sua entrada foi logo marcante: veio nada menos do que montada na garupa do moto táxi, um meio que a galera ainda usa muito para se transportar de maneira mais barata. E fica aqui um obrigado aos moto taxistas por seu trabalho.
Foi apenas sobre o show da cantora que até mesmo matérias internacionais focaram. Anitta trouxe um “gostinho de Brasil” para o palco, e levantou um público que até então, respondia de um jeito morno. Um “gostinho de Brasil”, que o próprio brasileiro estava precisando.
Uma verdadeira força natural dos palcos, a empresária e cantora trouxe de volta aquilo que fez o país se apaixonar por ela em primeiro lugar: uma brasilidade ímpar, o Rio de Janeiro no palco, e o movimento de “Fora Bolsonaro” continuou fomentando o Festival.
Para quem não sabe, ela veio do Honório Gurgel, e trouxe muito do funk carioca para levantar o público: lembra do Furacão 2000? Pois é, um atrativo do show. Deste, até homenagens para a Música Popular Brasileira (MPB), cantando “Mas Que Nada”, música de Jorge Ben Jor, porém sucesso na voz do ícone Elza Soares. Ela ainda canta com Snoop Dogg, trouxe a mesa de sinuca para os palcos, e fez o seu clássico rebolado que muitos no twitter consideram “patrimônio nacional”.
A artista trouxe entretenimento ímpar ao palco. Um gostinho de felicidade ao brasileiro que assistia, em tempos tão difíceis: ela fez uma verdadeira rota por suas raízes, acenando para sua carreira em inglês muito pouco. Foi do Rio de Janeiro para Salvador, trazendo sua música com Cardi B e Myke Towers, “Me Gusta”.
De volta ao Rio, trouxe o funk melody aos palcos. E o que é o este estilo? Um subgênero do freestyle, que teve início no princípio dos anos 90, e usa samplers e baterias eletrônicas.
(Coachella/Divulgação)
O #Anichella, claro, trouxe a música “Envolver”: hit que a levou para inúmeras paradas internacionais, e rendeu uma tour de participação em programas consagrados dos Estados Unidos. Ela ainda levou a capoeira, bossa nova, e “Garota de Ipanema” seguido do seu sucesso “Girl From Rio”. Uma mistura que colocou até quem não era brasileiro para largar o marasmo e se empolgar com toda dedicação demonstrada no palco. Ela ainda trouxe “Mais que Nada”, “Rap das Armas”, “Magalenha”, “Vai Malandra” e “Bola Rebola”.
Não foi algo casual, feito com pressa. Ela deu um verdadeiro show, que em nada ficou devendo para as divas internacionais. Inclusive, ela deu o que falar lá fora também: a Variety, a Rolling Stone, o New York Times, o Los Angeles Times chamou nossa brasileirinha de “o maior ato brasileiro no mundo neste momento”, e a Billboard repercutiu sua performance como show stopping – tradução livre “um espetáculo de parar a audiência”, além do seguinte trecho “Sua essência, raízes e cultura brasileira estiveram à frente e no centro durante seu set de 45 minutos”. Mas parar foi o que eles não fizeram, nem mesmo quem acompanhou do sofá.
Ela ainda teve uma palavrinha para quem reclamou do seu visual representando as cores brasileiras: “A bandeira do Brasil e as cores da bandeira do Brasil pertencem aos BRASILEIROS. Representam o BRASIL em GERAL. NINGUÉM pode se apropriar do significado das cores da bandeira do nosso país. Fim.”
Uma performance, literalmente, histórica: ela foi a primeira apresentação solo de artista brasileira no palco principal do Coachella. Logo após, ou ainda durante, a hashtag #Anichella viralizou. E você ainda pode ver os vídeos circulando pela internet, já que de espetáculo, ela provou que entende.