Esta é a história do Príncipie Honório Jorg Ancrath, que após presenciar os assassinatos brutais de sua mãe – a rainha – e seu irmão caçula, acabou abandonado para morrer em meio aos espinhos de um grande arbusto de roseira-brava, com apenas 10 anos de idade. Jorg jura se vingar daqueles que lhe fizerem mal.
Os romances vão traçando a trajetória de Jorg para alcançar seu objetivo de vingança e sua ambição de poder. Em um mundo “que seguiu adiante” usando as palavras de Stephen King, vemos Jorg aos quatorze anos já liderando uma irmandade de assassinos. Maquiavélico, sem hesitação para matar, mutilar, ou destruir. Um mundo onde a tecnologia e a magia se confundem, os mortos não estão tão mortos, e aberrações mutante podem ser tanto inimigos, como aliados.
Um artifício interessante utilizado pelo autor é que entre os capítulos, Jorg faz comentários sobre as características de seus “irmãos de estrada” (como ele denomina o seu grupo de assassinos).
“Assassinar é o mesmo que matar, mas com um toque extra de precisão. O irmão Sim é preciso.” [Pág 106 – Prince of Thorns]
“Você pode confiar no irmão Algazarra. Confiar que ele irá mentir, confiar que irá trapacear, talvez trair. Acima de tudo, confiar que será fiel ao que ele é, um enganador, um assassino no escuro, habilidoso no combate. Confie em tudo isso e ele não decepcionará.” [Pág 319 – King of Thorns]
Nos três livros a ação salta entre o presente e o passado na vida de Jorg, e o leitor vai aos poucos descobrindo o que move o coração do ambicioso jovem, e todos a história por trás de sua vida de luta, violência, e auto conhecimento.
Também são intercalados capítulos com a história pelo ponto de vista das mulheres que tiveram forte influência na vida de Jorg, com seus amores, ódios, desventuras, e fatalidades.
O autor possui uma narrativa bem dinâmica e fluida. Em alguns momentos com conceitos até filosóficos, sobre o mundo e a vida de seu personagem principal. As cenas de ação são bem estruturadas e quase visuais em sua descrição. A história da ascensão de Jorg nos faz acompanhá-lo em sua busca até as fronteiras do que restou do mundo civilizado, e para nos facilitar nessa viagem, o autor nos apresenta em cada livro, mapas que nos situam no tempo e no espaço da jornada.
Falando sobre as capas dos livros, os desenhos foram algo que me chamou muito a atenção. Elas procuram mostrar cada umas das fases da vida de Jorg narrada nos livros, e isto é algo que eu acho bem legal para uma obra. Além disto, o acabamento que os livros receberam são ótimos, sendo eles em capa dura ou em brochura, contudo, creio que vale mais a pena comprar o livro de capa dura.
Ao final do último volume, o o autor apresenta um adendo com explicações sobre o término da trilogia, e faz agradecimentos, com um especialmente dedicado aos leitores brasileiros.
Certamente, esta é uma trilogia forte, com heróis, anti-heróis, e vilões duros, em um mundo onde a fraqueza leva rapidamente para a sepultura.