Crítica: Duna

“Não terei medo. O medo mata a mente. O medo é a pequena morte que leva à aniquilação total. Enfrentarei meu medo. Permitirei que passe por cima e através de mim. E, quando tiver passado, voltarei o olho interior para ver seu rastro. Onde o medo não estiver mais, nada haverá. Somente eu restarei. ”

Duna, a obra prima da ficção científica escrita por Frank Herbert em 1966, com mais de 600 páginas com um dicionário no final do livro, conquista gerações até hoje, um enorme público fã da jornada do herói de Paul Atreides. Essa obra já passou por uma adaptação em 1984 nas mãos do David Lynch, a quase adaptação de Alejandro Jodorowsky em 1975, e a minissérie de 2000, mas até hoje deixa a dúvida, será que foi bom o suficiente essa maneira de contar a história de Paul Atreides? 

Então em 2017 entra Denis Villeneuve e assume toda essa responsabilidade de adaptar a obra que foi fonte para incontáveis futuras criações, como Star Wars e Game Of Thrones, ele tomou o desafio de contar essa história. Bom, Duna era para ter sido lançado ano passado, com isso foi criada uma grande expectativa em torno desse filme sendo um dos mais aguardados de 2021.

Nesta quinta-feira (21) chegou ao cinema a primeira parte Dirigida e escrita por Denis Villeneuve, Eric Roth e Joe Saihts. O longa se passa em um futuro distante da humanidade, o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) aceita a administração do perigoso planeta deserto Arrakis, que porta a única fonte da substância mais valiosa do universo, “Melange”, uma droga que prolonga a vida humana expande a mente e permite a viagem intergaláctica. Embora Leto saiba que a oportunidade é uma armadilha plantada por seus inimigos, os Harkonnen, ele leva sua concubina Bene Gesserit, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), o filho e herdeiro Paul (Timothée Chalamet), para Arrakis, também conhecido como Duna. 

Como dito esse filme é um enorme um enorme desafio, devo elogiar o Denis por dividir esse filme em duas partes, foi muito inteligente da parte dele fazer isso, e a maneira que ele soube dividir Duna e o que ele deve explicar em cada um para se tornar uma obra em um todo, durante o filme tu vê o quanto esse universo foi estudado e como cada personagem tem seu lugar ali.

Adaptar um filme sempre é um desafio gigantesco, porque você tem que conquistar além do público fã do livro, tem que conquistar o público que não conhece Duna, e esse é o grande desafio de qualquer diretor quando se propõe a fazer uma adaptação. Acredito que uma adaptação serve para trazer mais pessoas para o universo, porque cai entre nós Duna-fãs, já somos encantados pelo livro, se o filme tivesse sido ruim não iria trazer grande efeito porque já temos um livro, mas cada pessoa que se propôs a dar uma chance de ver o longa não teria nada para se apoiar, ia ter aquela sensação de todos nós temos após ver um filme ruim, porém Denis chega o propósito maior que é encantar o público que não sabia nada da história de Paul Atreides e os Duna-fãs, ele entrega de uma maneira incrível e agrada o grande público.

Devo começar elogiar todas as partes técnicas desse filme, que acaba se tornando o protagonista do filme todo, ao longo de quase três horas, o público dá um passeio por toda a mitologia e paisagens do planeta desértico Arrakis, e em todos os elementos sci-fi que deve ter. Denis tem a sua assinatura e isso é muito visível o filme todo, mostrando a beleza que um filme de ficção científica deve ter. A fotografia de Greig Fraser é de tirar o fôlego, é um deleite e a trilha sonora divina de Hans Zimmer, esse filme para os grandes fãs de produção técnica é chega a ser a beira da perfeição, chega a ser satisfatório ver.

Duna a primeira parte serve para te apresentar para esse universo, te mostrar os personagens, suas futuras motivações e motivações, quem é quem nesse grande tabuleiro político intergaláctico, com suas casas e divisões e grandes hierárquicas e como funciona. Com o filme abre uma grande porta para uma grande franquia, Duna não é apenas um livro e sim uma saga (total de 6 livros).

A apresentação é muito bem construída e muito fácil de ser entendida, todo o universo em volta de Paul Atreides é entregado de uma maneira fácil, como dito, se você ve esse filme pensando que é um filme de apresentação e uma primeira parte da para se levar de uma maneira mais leve.

Uma das coisas que eu mais gosto do Villeneuve é que ele consegue transformar os atores em algo surpreendente de quem você não espera. Timothée Chalamet como Paul Atreides foi uma escolha perfeita, só tenho elogios, ele carrega bem esse grande personagem, minha surpresa foi carisma que a Rebecca Ferguson deu para Lady Jessica, o elenco é bem pesado, com grandes como: Oscar Isaac, Jason Momoa, Stellan Skarsgard, Zendaya, Josh Brolin, Dave Batista e outros.

O filme é uma adaptação fiel, acredito que te dá ate outra visão para obra do jeito que ele foi apresentado, é um filme para ter mais de uma parte, é uma história bem complexa, mas foi entregue de uma maneira fácil de ser entendida.

A única reclamação é o terceiro ato do filme, que se torna um pouco tedioso e arrastado, mas não é algo que atrapalha, você sente que em qualquer momento pode acabar o filme, então fica nessa enrolação cansativa, para um filme que seu longo do caminho se desenrola muito bem, então você acaba esperando um outro final, um final que te de mais satisfação, porém isso não tira a grandiosidade do filme e acaba mostrando que sim precisamos de uma sequência e urgente.

Filme cumpre sua proposta, te deixa satisfeito, senti a mesma sensação que eu senti vendo o primeiro Senhor dos Anéis, ele te entrega tanto de maneiras técnicas que é impossível não deixar de elogiar mais uma vez, parece que você está vendo um show em uma tela.

Bom, se estiverem seguros de ir ao cinema para ver o filme, é uma ótima sugestão que vocês não iram se arrepender de ver o começo da jornada de Paul Atreides do cinema, peço para dar uma chance para esse grande potencial.

Duna, lançou nessa quinta-feira (21) nos cinemas, e daqui 45 dias na HBO Max.

 

 

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