‘Little Fires Everywhere’ e o foco na maternidade

Crítica: 'Little Fires Everywhere
Elena e Mia – Little Fires Everywhere (Divulgação)

Baseado no livro homônimo de Celeste Ug, a série Little Fires Everywhere chegou na Amazon Prime Video na última sexta-feira (22) trazendo Reese Whiterspoon e Kerry Washington nos papéis principais.

Enredo

Ambientada na cidade Shaker Heights no ano de 1997, a série nos apresenta Elena Richardson e Mia Warren, duas mulheres estadunidenses totalmente diferentes. Enquanto Elena é uma mulher branca, rica, jornalista, com 4 filhos e com todos os privilégios possíveis, Mia é uma mulher negra, mãe solo, que passa por várias dificuldades indo de uma cidade a outra.

Crítica: 'Little Fires Everywhere
Cena de Little Fires Everywhere (Divulgação)

Focada na maternidade e nas maneiras diferentes que mulheres tratam o assunto, Little Fires Everywhere também nos mostra outros problemas sociais como desigualdade, aborto e gravidez na adolescência, pais abusivos, racismo e outros. A primeira cena da série é um incêndio na residência de Elena (Reese) e toda a trama vai acontecer para nos mostrar o porquê de a casa ter sido incendiada e não em quem a incendiou.

Problemas retratados

Kerry e Reese – também produtoras da minissérie – entregam atuações maravilhosas que permite o entendimento e sensação que cada personagem é capaz. Elena, a personagem de Reese, é mãe de 4 adolescentes (Lexie, Trip, Moody e Izzy) totalmente diferentes um do outro. A forma com que ela trata seus filhos é dramática e na maior parte da série você sente o que ela quer passar, principalmente com a caçula Izzy que veio de uma gravidez indesejada e sofre com a indiferença da mãe, além de ter seus próprios problemas: bullying e descobrimento da sexualidade (a personagem é lésbica).

Crítica: 'Little Fires Everywhere
Meghan Stott é Izzy (Divulgação)

Inclusive, o enredo dos adolescentes da série é tão interessante quanto a dos adultos, vale muito a pena prestar a atenção na narrativa deles. Já Mia, personagem da Kerry, tem um passado difícil e esconde verdades de sua filha Pearl. Fotógrafa desempregada, Mia é envolvente na sua dor e mistério e quando cada momento da sua vida é mostrado e o que a levou a ser quem ela é hoje se torna algo conhecido, você tem grandes chances de criar laços com ela.

Mia e Pearl (Divulgação)

Não menos brilhante são os personagens que giram ao redor das duas. De forma direta, o enredo da série vai girar na maior parte dos episódios em torno de uma briga judicial. Uma mãe biológica que abandonou sua filha por questões financeiras e uma mãe adotiva.

Outro problema mostrado na série é o racismo, que vemos que não é algo explícito. Muitos que assistirem a série, talvez nem considere a maioria dos momentos como racistas e talvez seja essa a intenção: abrir os olhos para além do óbvio. De síndrome de “salvador branco” à ignorar a ancestralidade de uma criança, o racismo que Mia e Bebe Chow sofrem é bem semelhante.

Com uma trama dramática, ótimas atuações e história bem desenvolvida, Little Fires Everywhere é sem dúvida uma das melhores produções de 2020. Seus 8 episódios de quase 60 minutos são uma ótima pedida para maratonar nessa quarentena.

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