A HBO Max acabou de chegar em terras brasileiras e promete ser um dos maiores streamings contendo em seu catálogo todas as produções da HBO, Warner/DC, Cartoon Network e os originais do próprio Max. Com tantos títulos chegando de uma vez fizemos não só uma, mas três listas para maratonar por lá, uma com séries clássicas e finalizadas, outra de minisséries e a última com séries que estão em andamento. Confira:
Séries Clássicas e/ou Finalizadas
- Six Feet Under
Série premiada da HBO que iniciou sua exibição em 2001 e conta a história da disfuncional família Fisher que são donos de uma funerária em sua própria casa. Após a morte do patriarca, o filho mais velho volta para ajudar no negócio e acompanhamos seu dia a dia junto com seus irmãos e sua mãe. Six Feet Under é um passeio bem profundo em temas como identidade, homossexualidade, religião, responsabilidades e, claro, morte. Prepare-se para muita reflexão em cinco temporadas com um season finale que é considerado por muitos o melhor da televisão norte-americana.
- The Sopranos
Em The Sopranos também acompanhamos uma família, mas desta vez do chefe italiano mafioso Tony Soprano (James Gandolfini). Após um ataque de pânico ele passa a procurar ajuda psicológica com uma terapeuta com a qual discute seus problemas e negócios, que possuem grande relação entre si.
Também conhecido como Família Soprano, ela começou a ser exibida em 1999. Foi uma das primeiras séries a ter um antagonista como protagonista e é considerada uma das melhores séries já feitas. São seis temporadas e ganhará um filme prelúdio que está previsto para setembro deste ano.
- The Wire
Também considerada uma das melhores séries já feitas, The Wire é uma série policial que foi ao ar em 2002 e fala sobre o narcotráfico em Baltimore mesclando o ponto vista dos agentes da lei e dos traficantes e apresentando uma instituição da cidade por temporada. A gama de temas sociais e personagens reais apresentados é um dos trunfos da série. Interessante ver durante as cinco temporadas os atores que hoje são grandes nomes da indústria e eram pouquíssimos conhecidos na época.
- Friends
É claro que uma lista com indicações de séries da HBO Max não poderia deixar Friends de fora. Um dos sitcoms mais relevantes da história da televisão norte-americana, a série durou dez temporadas e foi ao ar de 1994 até 2004. Nela acompanhamos um grupo de seis amigos diferentes vivendo juntos em Nova York.
Além da série, o streaming também chega com o especial Friends: The Reunion, no qual o elenco se reúne e conversa sobre o período de gravações dez anos após sua finalização.
- The Knick
Indo não tão ‘antigamente’ assim, The Knick é uma das joias que muita gente deixou passar quando foi ao ar em 2014. Dirigida pelo renomado Steven Soderbergh e estrelada por Clive Owen, vemos a vida profissional e pessoal de um médico cirurgião inovador durante o século 20 que é viciado em drogas.
A série impressiona em seu realismo nas representações de cirurgias e experimentos da época, assim como na performance de Owen. Mesmo cancelada após apenas duas temporadas e deixar um gostinho de quero mais, o final é de tirar o fôlego.
Em 2020 foi anunciado que The Knick retornará, mas com foco em um dos personagens secundários e com envolvimento do oscarizado Barry Jenkins.
- The Leftovers
Assim como The Knick, The Leftovers também foi assistida por poucas pessoas e possuiu uma vida curta nas telas durante sua exibição nos anos de 2014, 2015 e 2017. Série de Damon Lindelof – responsável por Lost e Watchmen -, acompanhamos a vida de uma cidade três anos após o desaparecimento de 2% da população da Terra.
Justin Theroux e, principalmente, Carrie Coon estão magníficos em seus papéis principais e durante a terceira temporada ainda temos o acréscimo de Regina King. Com muita discussão religiosa e filosófica, The Leftovers é um drama que muitos podem achar lento, mas com certeza é um grande destaque das produções da HBO nos anos mais recentes.
- Lovecraft Country
A mais recente dessa primeira parte da lista, Lovecraft Country foi ao ar há menos de um ano atrás, mas já pode sim ser considerada um clássico do streaming. Isso porque apesar de seu cancelamento precoce – a emissora confirmou que não terá uma segunda temporada – ela consegue englobar tantos temas relevantes e flertar com tantos gêneros que só nos resta enaltecer os episódios que recebemos.
Baseada em um livro de mesmo nome, a produção utiliza o preconceito racial dos anos 50 – e seus paralelos com o mundo atual – para construir suspense, terror, romance, aventura, ficção científica e ainda dar uma grande aula de história.
Minisséries
- Band of Brothers / The Pacific
De uns anos para cá existe uma categoria na qual a HBO tem se destacado muito nas premiações: as de minisséries. E podemos dizer que isso começou com Band Of Brothers em 2001, uma série de não-ficção. Aqui acompanhamos a dramatização de uma Companhia durante suas ações na Segunda Guerra Mundial e no final de cada episódio temos um pequeno trecho dos veteranos representados ali, mas é só no series finale que cada um deles é identificado.
The Pacific, que é de 2010, possui um estilo bem parecido, mas acompanha o Corpo de Fuzileiros Navais e ambas as séries mostram o quanto a emissora estava disposta a investir no valor de produção das minisséries.
- Mare of Easttown
Recém finalizada, Mare of Easttown foi uma das últimas minisséries a ir ao ar no canal HBO. Com Kate Winslet no papel principal, vemos uma detetive de uma pequena cidade ser pressionada após um assassinato um ano depois do desaparecimento não solucionado de outra jovem.
Mais do que uma simples série policial, apesar da identidade do assassino ser sim um dos grandes motivadores da trama, Mare é repleta de traumas do passado que precisam ser superados para um próximo passo ser tomado e Winslet entrega uma maravilhosa performance. A atriz inclusive recusou que seu corpo fosse alterado em uma cena na qual aparece semi-nua.
- It’s A Sin
It’s A Sin é uma minissérie britânica que pode passar batido no grande catálogo da HBO Max. Bem recente e com apenas cinco episódios, ela se passa no Reino Unido e conta a vida de um grupo de homens gays que vivem durante a crise do HIV/AIDS em Londres.
Além de temas frequentes desse tipo de produção como encontrar uma família em seus amigos, a produção é um grande motivador por mostrar toda a vontade de viver que esses jovens possuem e suas lutas contra uma doença que pouco se tinha conhecimento na época.
- The Night Of
Provavelmente a série que levou Riz Ahamed aos grandes holofotes, The Night Of mostra como a vida de um jovem não-branco pode facilmente virar de ponta cabeça após uma simples noite que deveria ser de diversão com os amigos.
Nela, Nasir acorda e encontra a mulher com quem passou a noite esfaqueada e de repente se vê no meio de investigações, procedimentos legais, sistema criminal e carcerário que não são nada gentis com o garoto que é obrigado a se endurecer no processo.
- I May Destroy You
A minissérie que deveria ter sido aclamada e acabou esnobada nos últimos prêmios, I May Destroy You poderia ter um texto próprio por aqui. Criada, escrita, produzida e atuada pela maravilhosa Michaela Coen, é uma obra obrigatória – mesmo que você não acredite nisso.
Provocadora e direta, acompanhamos a vida de uma jovem escritora que chamou muita atenção da internet e agora sofre para entregar seu próximo livro. No meio de problemas com sua carreira e relacionamento, ela sofre um abuso sexual e precisa encarar uma jornada de autodescobrimento que não será nada fácil.
O texto de Coen transita entre o cômico e o trágico, algo parecido com o que Phoebe Waller-Bridge faz em Fleabag, mas com um peso dramático maior devido aos temas retratados.
- Watchmen
Ao contrário de I May Destroy You, Watchmen foi uma das queridinhas das premiações após sua exibição em 2019. De Damon Lindelof e com Regina King no papel principal – lembra deles ali em The Leftovers? – a série se passa alguns anos após os acontecimentos da HQ de mesmo nome de Moore e Gibbons, com King agindo como detetive e vigilante ao mesmo tempo para investigar um grupo de supremacistas brancos.
O que Lindelof faz poderia deixar até Alan Moore orgulhoso, isso se ele assistisse as produções envolvendo suas obras. É não só um tapa na cara dos ‘entendidos’ que glorificam as ideias fascistas de Rorschach, mas também uma carta de amor de quem realmente entendeu a obra original.
Infelizmente para os que não leram a HQ a série pode não ser tão maravilhosa assim, ainda que continue valendo muito a pena de ser assistida.
- Chernobyl
Outra das minisséries superpremiadas da HBO, Chernobyl dramatiza os eventos de uma das maiores catástrofes do acidente nuclear na usina de Chernobil. Também de 2019, vemos desde histórias heroicas até as consequências do orgulho humano envolvido.
Praticamente uma cria direta de Band Of Brothers e The Pacific, aqui vemos que o canal continua apostando neste tipo de produção e com enorme sucesso.
Séries em andamento
- Raised By Wolves
Primeira série Max Originals desta lista, Raised By Wolves é dirigida por Ridley Scott e mostra dois androides criando filhos humanos em um isolado planeta até a aparição de uma colônia humana.
Prometida como um grande sci-fi, especialidade do diretor, a série começa muito bem e intrigante mostrando as dicotomias entre religiões e até espécies, mas se perde um pouquinho no final. Apesar disso, ela já está renovada para uma segunda temporada que pode muito bem consertar os tropeços e a elevar ao patamar que nasceu para ter.
- Perry Mason
Perry Mason é um personagem que é um advogado de defesa bastante conhecido nos EUA. Aqui somos apresentados a sua história de origem com Matthew Rhys no papel e começa em 1932 com Mason atuando como investigador particular de um horrível caso envolvendo a morte de um bebê.
Bastante corajosa, a série insere elementos policiais, investigativos, políticos e até religiosos em uma trama eficaz e trabalhada calmamente. A segunda temporada também já está confirmada.
- Gentleman Jack
Esta é uma série britânica daquelas que praticamente ninguém está vendo. Seria uma típica produção de época não fosse o fato de ser protagonizada por uma mulher lésbica em pleno ano de 1832. Trata-se de Anne Lister, uma figura cativante, inteligente e negociadora que realmente existiu.
Em Gentleman Jack vemos tanto seu lado empreendedor tendo que lidar com as terras de seu pai e negociar com homens que não a respeitam por ser uma mulher quanto seu relacionamento com Ann Walker. É um bálsamo no mundo das séries da época.
- Barry
Também bastante indicada em premiações, Barry é uma série tragicômica que mostra um assassino de aluguel que começa a fazer aulas de teatro e se envolve nas situações mais absurdas que se pode imaginar.
É daquelas série que você leva um tempo para se acostumar com o tipo de humor, mas com poucos e curtos episódios, quando vê já está entregue.
5. Beforeigners
Essa é provavelmente a mais diferentona desta lista. Beforeigners é uma série nórdica na qual começam a aparecer em uma cidade visitantes de outras épocas como idade da pedra, vikings e século XIX sem lembrança alguma de o que aconteceu e sem possibilidade de volta. Após passado alguns anos da primeira “visita”, a primeira mulher viking se junta ao departamento de polícia e junto com seu parceiro começa a investigar a morte de alguns de seus conterrâneos.
A série surpreende por seu valor de produção assim como nas discussões sobre refugiados e preconceito. Perfeita para quem gosta de uma série fora do mainstream.
6.The Flight Attendant
Outra HBO Max Originals, The Flight Attendant tem Kaley Cuoco no papel de uma comissária de bordo impulsiva que aproveita cada cidade que passa até acordar com um dos caras aleatórios com quem passou a noite morto ao seu lado. Com medo de ser presa em Bangkok, ela volta para Nova York mesmo sendo assombrada pelo morto e é recebida pelo FBI para discutir o caso. A partir disso, embarca uma escalada para se recordar dos acontecimentos da noite em questão.
Quem pensa em Cuoco como a ingênua Penny de The Big Bang Theory, irá se surpreender com a sua atuação dramática e incessante aqui. Até o momento, esta é uma das melhores produções originais do streaming.
7. Euphoria
Zendaya e Hunter Schaefer. Não precisaria de muito mais para explicar Euphoria além de suas atrizes principais. Tanto que a série ganhou dois episódios especiais durante a pandemia, um para cada, porque sim, elas aguentam segurar um episódio inteiro sozinhas.
Na série vemos Rue, uma jovem viciada em drogas que além de seu vício precisa lidar com todas as dúvidas e confusões que vêm junto com a adolescência. Até que Jules entra em cena e parece que irá salvá-la de sua espiral de destruição, mas relacionamentos também não são tão simples assim.
Com uma sintonia incrível entre atuações, roteiro, direção e produção, Euphoria é hoje uma das grandes séries da HBO.
8. Succession
Não dava para finalizar esta lista com outra série que não a queridinha do momento. Succession é tão boa quanto sua primeira temporada é difícil de assistir. Isso porque todos os personagens são odiosos e praticamente impossível de se apegar, afinal como se importar com os problemas dos ricos, brancos e multibilionários? Mas depois de alguns episódios alguma coisa mágica acontece (no caso, desenvolvimento de personagem) e é impossível parar. Você só quer ver aqueles seres se dando mal e esperando a próxima apunhalada que receberão ou a próxima ‘guerra’ de egos que enfrentarão.
A segunda temporada é extraordinária e talvez até tenha merecido o prêmio de Melhor Série de Drama ao invés de The Crown. A terceira estreia ainda esse ano.
1 comentário
A lista é muito boa e faz referências a séries que sempre passo e nunca tive interesse em assistir com exemplo Gentleman Jack. Achei que faltou the undoing, love life. Eu particularmente não gostei da série The Leftovers, embora tenha uma crítica muito. Vou começar a assistir The Knick. Obrigado pelas dicas e sucesso para você